domingo, 1 de junho de 2014

Opinião - " Longbourn - Amor e Coragem", Jo Baker

Sinopse

“Para todos os que admiram a obra de Jane Austen, esta é uma oportunidade única de revisitar o seu universo, mais concretamente o de Orgulho e Preconceito, mas numa perspetiva completamente nova. Jo Baker conseguiu a proeza de pegar num clássico e reimaginá-lo, com brilhantismo, a partir do ponto de vista dos criados. Enquanto no andar de cima tudo gira em torno das perspetivas de casamento das meninas Bennet, no andar de baixo os criados vivem os seus próprios dramas pessoais, as suas paixões e angústias. À semelhança da obra que a inspirou, também Longbourn é uma história de amor apaixonante e uma comédia social inteligente, que nos dá a conhecer o quotidiano daqueles que serviam nas mansões rurais inglesas do século XIX. Uma obra admirável, que capta na perfeição a atmosfera da Inglaterra de Jane Austen.Considerado um dos melhores romances de 2013, pelo The Guardian.”

Opinião

Tenho de começar por dizer que Orgulho e Preconceito está na lista dos meus livros favoritos, o que poderá explicar em parte o que vou escrever a seguir.

A história é contada do ponto de vista daqueles que, naquele tempo, não eram nem ouvidos nem vistos pelos demais: os criados. E, se a história fosse só sobre criados de outra casa qualquer, que não a dos Bennets, a minha opinião do livro seria mais positiva.

O que me aconteceu frequentemente durante a leitura foi sentir a necessidade de dar outro nome aos “senhores” da casa, porque estes não agiam de acordo com a personalidade construída por Jane Austen. Contudo, compreendo que esta seja a interpretação pessoal de Jo Baker, mas foi esta a razão principal para não conseguir apreciar este livro completamente.

No entanto, não posso deixar de realçar que a autora nos faz sentir a dor, o esforço e o sofrimento que as suas personagens sofriam no seu dia-a-dia. A forma como o faz é detalhada, pensando em pormenores que, por vezes, nos escapam, como a dor da água fria numa ferida da mão causada pelo esforço de lavar a roupa de uma casa de cinco pessoas.

Além disso, constrói personagens que nos fazem sentir que arriscar faz todo o sentido e que a beleza e a felicidade estão nos locais ou nas pessoas que menos esperamos.


" Porque não queria nada dela: tratava-se de um sentimento generoso, caloroso, independente da possibilidade de recompensa; era uma felicidade que provinha do facto de saber que uma determinada pessoa vivia neste mundo."





Sem comentários :

Enviar um comentário