terça-feira, 5 de abril de 2016

Opinião " Um anjo pela metade", Humberto Duarte

Sinopse:

"Será a memória a matriz aglutinadora de uma vida?
E quem não a tiver? Será que viveu de verdade ou limitou-se a passar por entre as nuvens que tudo envolvem e tudo apagam?

Tomé é um ex-estudante português de História da Arte a viver em Paris as remanescências de um sonho desfeito. Longe das suas raízes e de referências afetivas, dá por si encarcerado nos meandros obscuros do álcool, da amnésia e da solidão, e a levar uma existência dupla, repartida entre a crítica musical para um jornal francês e o envolvimento numa estranha organização de assassinos contratados.
Confrontado com uma sequência de eventos inesperados, vê-se arrastado na demanda do seu passado esquecido, de um amor improvável, da redenção, mas sobretudo de si próprio."


Opinião :

Decidi começar a ler este livro enquanto andava de viagem. A minha escolha recaiu sobre ele por várias razões. Por ser em formato ebook, é mais cómodo para quem vai andar de um lado para o outro carregada, com os quilos que pode levar contados. Além disso, provou ser uma excelente forma de ter a companhia de uma história, sem ter de pensar no peso ou no estrago que o livro físico poderia sofrer durante a viagem. Para além disso,o tamanho de letra era o ideal, e não ficava mais cansada do que o habitual ao ler neste formato. Por fim,  a escolha recaiu sobre ele por parecer conter uma história com algum mistério e acção, que é algo que aprecio. 

"Um Anjo pela Metade" narra a história de Tomé, um jornalista de origem portuguesa a residir em França, que faz parte de uma organização de assassinos. Tal como a profissão de Tomé, nada é simples na vida, história e motivações da personagem principal. E ao longo das páginas, vamos tendo a crescente noção de que a vida de Tomé não foi fácil e de que algumas das suas escolhas são resultado disso. 

Contudo, não posso dizer que este jornalista/assassino me tenha conquistado. Não consegui criar empatia com ele, e não entendi alguns dos caminhos que tomou, apesar de ficar bastante claro que parte do seu destino não esteve totalmente no seu controlo. 

O autor demonstra um vasto conhecimento sobre arte, música, cultura e história, mas não o consegue integrar de forma enriquecedora na narrativa, quebrando até por vezes o ritmo da leitura. No entanto, há que realçar as menções a músicas, que acabam por criar uma banda sonora para a história, tornando a leitura mais interessante. 

Todavia, por vezes faz descrições muito exaustivas o que acaba por tirar um pouco a cadência que se espera que um livro de mistério contenha. Apesar disso, tem algumas expressões e descrições muito bem construídas.

Por outro lado, várias coisas acontecem ao mesmo tempo, o que faz com que, por vezes, seja difícil de acompanhar e compreender a linha temporal.

Por fim, gostaria de agradecer à Coolbooks por ter cedido este exemplar para leitura e opinião.



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