terça-feira, 12 de julho de 2016

Opinião “Teia de Mentiras”, Heather Gudenkauf

Sinopse:

“Jack Quinlan viveu assombrado durante décadas pelo assassínio brutal da sua mãe, cujo corpo foi ele que encontrou, em adolescente, no celeiro da quinta da família. Na altura, o caso abalou a pequena cidade de Penny Gate, à qual Jack evitou regressar durante anos.

O passado nunca fica esquecido.

Quando a sua tia Julia sofre um acidente e acaba em coma no hospital, Jack e a mulher, Sarah, veem-se obrigados a enfrentar o passado de que Jack vinha a fugir. À medida que a verdade sobre o acidente de Julia começa a revelar-se e este se transforma num caso de polícia, Sarah apercebe-se de que nada sobre a família do marido é o que aparentava ser.

Onde está a verdade?

Apanhada numa teia de mentiras e de perguntas sem resposta, Sarah mergulha no confuso passado de Jack à procura da verdade. No entanto, quanto mais se vê envolvida, mais difícil se torna para ela escapar de uma realidade para a qual poderá não estar preparada.

Num crescendo de ritmo e ação, este é um thriller de conspiração internacional com um final alucinante, que os amantes do género não podem perder.”


Opinião:

Tenho sempre algum receio quando enveredo na leitura de um thriller. No entanto, para os leitores mais medricas como eu, tenho que dizer que podem ler este que é levezinho :). E com isto não quero dizer que não é um bom thriller, mas que não é nada que o nosso coraçãozinho medroso não aguente!

Apesar de a tradução do título não ser a tradução literal do título original – “Missing Peaces”, esta é mais do que adequada! A cada virar de página, o que vamos vendo é exactamente uma teia de mentiras através de Sarah – a nossa personagem principal.

Sarah é esposa de Jack Quinlan há cerca de 20 anos. E logo aqui poderíamos assumir que 20 anos é muito tempo, e que durante 20 anos Sarah e Jack conhecem-se como ninguém, mas não! Quando a tia de Jack – Júlia – sofre um acidente, este e Sarah vão visitar a sua terra natal e a sua família. E quando a tia de Júlia morre, o passado de Jack e da sua família vem ao de cima, e até a morte da sua mãe é relembrada. E é aqui que Sarah caminha numa teia enorme de mentiras, pondo tudo o que dava como certo e seguro em causa.

Sendo um thriller psicológico, é-me complicado falar pormenorizadamente sobre a história sem desvendar demasiado. É um livro que se lê num folgo só, e muito fácil de acompanhar. No entanto, sinto que este poderia ter sido melhor explorado pela autora. Heather Gudenkauf demonstrou ser muito boa na narração de acontecimentos e pensamentos, sem maçar o leitor. No entanto, quando falamos em mentiras e em pessoas, em mentiras e um casamento de 20 anos, surge-nos ainda a palavra confiança e a quebra dela. Apesar de este facto não ficar esquecido, este ficou muito na superfície da obra.

Contrariamente ao que seria de esperar, tendo eu referido que era um thriller bastante leve, não achei o final da obra previsível. Claro que isso pode ter-se devido à minha inexperiência na leitura de thrillers :), no entanto, consigo encontrar mérito no final.

Por fim, a obra é bem mais do que a resolução do mistério da morte da mãe e da tia de Jack. Como o próprio título nos diz – será que conseguimos sobreviver no meio de tantas mentiras? Será que conseguimos confiar em alguém quando estamos constantemente a tropeçar numa mentira? Talvez sim :) ou talvez não :).



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