terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Opinião "O Que Sabe o Vento", Amy Harmon


Sinopse

51889287. sx318 sy475 "Numa Irlanda dividida, uma história de amor épica quebra as barreiras do tempo.

«Só o vento sabe o que verdadeiramente vem primeiro.»

Anne Gallagher cresceu encantada pelas histórias do avô acerca da Irlanda. Destroçada pela morte dele, viaja até à sua casa de infância para espalhar as cinzas do avô no lago Lough Gill. Aí, invadida pelas lembranças do homem que adorava e consumida pela história que nunca conheceu, vê-se levada para uma outra época.

A Irlanda de 1921, à beira de uma guerra civil, é um sítio turbulento e instável… Mas é lá que Anne inesperadamente desperta, desorientada, ferida e ao cuidado do Dr. Thomas Smith, o homem que a resgatou do invulgar acidente que sofreu e que é tutor de um rapazinho que lhe é estranhamente familiar. Confundida por todos como a mãe perdida do rapaz, Anne adota a sua identidade, convencida de que o desaparecimento dessa mulher está ligado ao seu.

Com a tensão a escalar no país, levando Thomas a juntar-se à luta pela independência da Irlanda, Anne vê-se arrastada para o conflito e percebe que vai ter de decidir se estará disposta a desistir da vida que conhecia por um amor que nunca pensou vir a encontrar. Mas será mesmo dela a escolha?

Numa inesquecível história de amor, a viagem impossível de uma mulher através de décadas pode mudar tudo…"

Opinião

O Que Sabe o Vento, de Amy Harmon, passou a ser um dos meus livros preferidos, por isso, tudo o que eu possa dizer não irá fazer jus ao quanto eu gostei deste romance. Li-o sem ter prestado muita atenção à sinopse o que contribuiu para me surpreender ainda mais com a leitura.

O Que Sabe o Vento consegue juntar um Amor intemporal digno dos clássicos, o misticismo das viagens no tempo, e um contexto histórico bem detalhado, que nos deixa envolvidos numa paisagem irlandesa de suster a respiração.

Logo nas primeiras páginas fiquei de olhos marejados ao conhecer Anne Gallagher no momento em que se despede do seu avô, num derradeiro e último adeus. Promete-lhe nessa altura espalhar as suas cinzas no lago Lough Gill, na Irlanda, na sua terra natal. Anne Gallagher é uma mulher independente e de sucesso, mas cuja única ligação humana era o seu avô; fica assim sozinha num mundo que ficou para ela desprovido de afectos.

Anne, no cumprimento da sua promessa, é transportada para 1921, para uma Irlanda mergulhada num tumulto político, numa instabilidade na procura da sua independência e da busca pela liberdade face à opressão do império britânico. Anne acorda ferida, aos cuidados do Dr. Thomas Smith e é confundida com uma mulher que está há anos desaparecida, e que deixou órfão um menino que é para Anne tão familiar.

Sem saber o que fazer e sem grandes opções, Anne, enquanto tenta perceber o que se passa sem assumir a loucura total, adopta a identidade que lhe é atribuída. A partir daí os conflitos políticos adensam-se a par do nascimento de uma história de Amor tão eterna quanto o tempo.

Embora tenha gostado da nossa protagonista, Thomas Smith é para mim uma personagem muito mais rica e completa, pela qual facilmente nos apaixonamos, perfeito em todas as suas dimensões, enquanto médico, amante e pai e ainda tendo alma para entrar na revolução sem nunca perder o equilíbrio e a força.


Esta é uma leitura tão poética e tão íntima que é um livro que nos aquece, que nos deixa sempre na berma do abismo das lágrimas e da comoção, que nos faz desejar fervorosamente por um final feliz, e faz-nos mesmo viajar. Um turbilhão de emoções diferentes a cada página! Por um mundo com mais livros assim!

Gostei da estrutura do livro, entre capítulos narrados pela Anne Gallagher alternando com páginas do diário do Dr. Thomas Smith, uma mancha gráfica diferente é sempre um óptimo elemento para impedir a monotonia.

Algumas críticas que tenho lido consideram que a narrativa aproveita algumas coincidências para avançar, percebo, mas não me choca, afinal a vida também está cheia delas, e se aceitamos a premissa das viagens do tempo, que volta e meia me confundiram, podemos também dar uma abébia às artimanhas do destino.

Enquanto Romance Histórico, confesso que não sou a maior fã do género, principalmente por sentir que não sei muito e que posso estar a perder um trabalho muito bem feito por não o perceber, além disso, não raras vezes, também me aborrece tanto nome e política e afins, mas neste livro aprendi imenso e o equilíbrio quase perfeito entre a parte histórica e o romance permitiu que eu não me entediasse.

O Que Sabe o Vento é um livro inesquecível, dei-lhe cinco estrelas, pode não ser o livro perfeito e que agrade a todos, mas fez por mim aquilo que os livros devem fazer. Recomendo!

As páginas finais deixam-nos de coração nas mãos e na expectativa de podermos respirar de novo. Queremos sentir o vento e ouvir todas as histórias que ele tenha para contar, afinal Só o vento sabe o que verdadeiramente vem primeiro

Fiquei com imensa vontade de ler Procura-me Quando a Guerra Acabar, da mesma autora.

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2 comentários :

  1. Ainda não li esse livro, mas já li outros da autora e posso dizer que amei todas as leituras. A próxima de certeza será esta!

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    Respostas
    1. Olá Andreia :)
      Passou mesmo a ser um dos livros da minha vida! Muito bonito e com tudo o que gosto num livro;)
      Tenho de ler outros da autora!
      Boas leituras

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