Há um futuro que fica
irremediavelmente perdido quando alguém deixa a ausência no seu lugar. Não é a
saudade o que mais nos faz querer voltar atrás no tempo e recuperar alguém que
nos foi roubado, o que dói é a certeza de um lugar vazio, impreenchível, a certeza
que há palavras que nunca serão ditas ou que mesmo proferidas para um lugar
incerto jamais obterão resposta. A melancolia do que foi é muito inferior à dor
de ter um amanhã irreparavelmente danificado, irreparavelmente irreparável.
Alguém parte e deparamo-nos, sem aviso, com uma nova realidade, nascida da
ruptura abrupta entre amar quem nos pegou ao colo e amar a inexistência. E
quando as lágrimas secam, e acreditamos que o pior passou, nascemos de novo. E
temos, como uma criança, de aprender a caminhar. Agora, sem a tua mão.
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