Mostrar mensagens com a etiqueta Autor: Guy Gavriel Kay. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Autor: Guy Gavriel Kay. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Pensamento do Dia

"Neste mundo onde estamos, precisamos de compaixão mais do que qualquer coisa, ou estaremos completamente sozinhos."


Guy Gavriel Kay, Tigana - A Voz da Vingança

Opinião “Tigana – A Voz da Vingança”, Guy Gravriel Kay

Sinopse:

“O príncipe Alessan e os seus companheiros puseram em marcha um plano perigoso para unir a Península de Palma contra os reis despóticos Brandin de Ygrath e Alberico de Barbadior, numa tentativa de recuperar Tigana, a sua terra natal amaldiçoada. Brandin é um rei maquiavélico e arrogante, mas encontrou em Dianora alguém à sua altura e está cativo da sua beleza e charme. Alberico está cada vez mais consumido pela ambição, cego a todas as ciladas em seu redor. Entretanto, o nosso grupo de heróis viaja pela Península, em busca de alianças e trunfos decisivos que podem mudar a maré da batalha a seu favor. Alessan está mais moralmente dividido que nunca, Devin já não é o rapaz ingénuo que era, Catriana apenas deseja redenção e Baerd descobre uma nova magia na Península. Conseguirá Tigana vingar a memória dos seus mortos? Ninguém consegue prever o fim nem as perdas que irão sofrer. Sacrifícios serão feitos, segredos antigos serão revelados e, para uns vencerem, outros terão forçosamente de tombar.”


Opinião:

Como sabem, a história de Tigana, publicada pela Saída de Emergência, encontra-se dividida em dois volumes. No entanto, penso que a leitura destes dois deve ser minimamente contínua, sem grande espaço de tempo entre os mesmos. Isto porque esta obra é rica nos pormenores, na descrição maravilhosa de cada personagem, de cada cidade e até da própria guerra. Por outro lado, apesar de ter sido publicada desta forma, a sua versão original consiste em apenas um livro. E aqui consigo encontrar vantagens e desvantagens nesta decisão por parte da editora.

Como grande desvantagem temos a carteira do leitor! :) No entanto, penso que até nisso a editora pensou criando o pack promocional que incluía os dois volumes. E foi mesmo este pack que eu comprei. Por outro lado, ainda como desvantagem, mas muito discreta, temos o facto de não parecerem dois volumes. Quando enveredei na leitura deste segundo volume, esperava encontrar um livro ainda melhor que o primeiro e com mais acção, mistério e suspense. Mas não. A escrita e a história é exactamente igual à primeira parte, não fossem elas um só.

Apesar disto, consigo encontrar uma vantagem nesta opção como disse. Esta divisão, sem querer, permite que o leitor saboreie a leitura a seu tempo, com calma, sem lhe surgir nunca na memória “Nunca mais chega ao fim”.

Não ficando de todo atrás do primeiro volume, o autor consegue fazer exactamente aquilo a que se propôs – contar-nos a história de Tigana, trazendo o seu nome como uma lâmina que fica na alma e no nosso coração. Mais do que todos os acontecimentos que preenchem a narrativa, aquilo que verdadeiramente atinge uma relevância única são as personagens que dela fazem parte. Foi com um grande prazer que fiquei a conhecer ao longo da leitura do primeiro volume cada uma delas e que continuei a conhecer ao longo deste. Com um brilhantismo que ainda só tinha visto em George R. Martin, também Guy Gavriel Kay é capaz não só de criar belas personagens, como nos fazer gostar muito delas e nos provar as consequências disso. E foi graças a esta atitude do autor, que fiquei triste com o final da obra. Apesar de gostar e querer falar sobre esta minha desilusão não o posso fazer sem correr o risco de contar algo que não devo.

No que diz respeito a este livro em particular, continuamos a acompanhar a viagem de Alessan, Baerd, Catriana, Devin e a assistir ao planeamento e concretização de um plano muito perigoso para trazer de volta Tigana. Em paralelo, vamos acompanhando também o que se passa com os dois tiranos que o autor nos apresenta – Alberico – o tirano com pior carácter – e Brandin – o tirano com coração. E aqui podem perguntar-se – “Existem tiranos com coração?” :) Pois é, através de Brandin, Guy Gavriel Kay demonstra ao leitor nesta bela obra de fantasia que até as pessoas que achamos que são más têm coração. E por fim, acompanhamos também Dianora – a minha personagem preferida!

Que mais posso dizer? :) Comprem estes dois volumes, leiam :) e atrevam-se a conhecer Tigana.



Podem ler a minha opinião do primeiro livro aqui.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Pensamento do Dia






"A memória era o seu amuleto e a sua protecção, a sua porta e o seu lar. Era orgulho e amor, um abrigo contra a perda: pois se algo poderia ser lembrado, então não estava completamente perdido. Não morto, nem perdido para sempre."


Guy Gavriel Kay, Tigana - A Lâmina na Alma

Opinião "Tigana - A Lâmina na Alma - Livro Um", Guy Gavriel Kay

Sinopse:

"Tigana é uma obra rara e encantadora onde mito e magia se tornam reais e entram nas nossas vidas. Esta é a história de uma nação oprimida que luta para ser livre depois de cair nas mãos de conquistadores implacáveis. É a história de um povo tão amaldiçoado pelas negras feitiçarias do rei Brandin que o próprio nome da sua bela terra não pode ser lembrado ou pronunciado. Mas anos após a devastação da sua capital, um pequeno grupo de sobreviventes, liderado pelo príncipe Alessan, inicia uma cruzada perigosa para destronar os reis despóticos que governam a Península da Palma, numa tentativa recuperar um nome banido: Tigana. Num mundo ricamente detalhado, onde impera a violência das paixões, este épico sublime sobre um povo determinado em alcançar os seus sonhos mudou para sempre as fronteiras da fantasia."


Opinião:

Lemos tantos livros ao longo do ano que por vezes nos esquecemos do que é de facto um bom livro! Mas a verdade é que quando enveredamos na leitura reconhecemos logo a diferença entre esse e os inúmeros livros que vamos lendo. E com isto não quero desvalorizar as várias obras que vou lendo e que, por sinal, até gosto bastante. Mas não posso deixar de referir que é bom viajar, neste caso num mundo de fantasia, com uma escrita bastante cuidada e uma tradução bem conseguida.

Como já devem saber, o género Fantástico é, sem sombra de dúvida, um dos meus géneros literários favoritos. Claro que gosto sempre de ler um romance, de sofrer um pouco com um bom thriller, e de chorar nas histórias que mais se aproximam do meu coração. Mas quando pego numa obra de fantasia sei que vou reviver o melhor de mim. Através deste género, somos “obrigados” a entrar num novo mundo, a estar atentos, a perceber como funciona, a conhecer as diferentes personagens, os seus poderes e claro a criar a linha que liga estes mundos imaginários ao mundo real.

E foi este gosto pela fantasia, pela leitura e tudo de bom que ela nos dá que 5 amigas criaram este cantinho. Mas como seria de esperar, apesar de sermos diferentes e gostarmos de coisas diferentes, temos alguns gostos em comum. Se há um livro que gostamos muito, ou que achamos que alguma de nós iria gostar muito partilhamos e incentivamos a sua leitura. E foi o que aconteceu comigo nesta obra. A Sofia foi a primeira pessoa que a leu – tendo já a sua opinião publicada. E fartou-se de me dizer – “O Tigana é muito bom!” Não é que alguma vez tenha duvidado das suas palavras, mas pronto acabamos sempre por seguir o “ver para crer”. No entanto, as palavras foram suficientes para que comprasse os dois livros há uns tempos. E agora que li o primeiro, sou forçada a concordar com ela :)! Apesar de só ter atribuído 4 estrelas à obra, tenho que esclarecer que estas não significam que o livro não é suficientemente bom.

Como o título da obra indica, Guy Gavriel Kay conta-nos de uma maneira fantástica a história de Tigana, cujo nome muitos não conseguem ouvir, devido à maldição lançada através das “negras feitiçarias do rei Brandin". Essencialmente o que temos neste primeiro volume é aquilo que é essencial em toda a boa obra de fantasia, isto é, a construção dos pilares, o esclarecimento do passado e do presente, a partilha de lendas e mitos. E, contrariamente ao que podem estar a pensar, apesar de isto implicar uma grande quantidade de descrições, que não vou negar, a verdade é que a forma como o autor as coloca na narrativa não é cansativa, pesada e maçuda. Sem querer, somos levados para Tigana (Baixa Corte), Asoli, Corte e Chiara – as terras conquistadas por Brandin – e para Ferraut, Cercando, Tregea e Astibar – as terras conquistadas por Alberico. E no fim conseguimos ver que tudo está ligado, que como dizemos muitas vezes “o mundo é mesmo pequeno” :).

Tenho, no entanto, que referir que as primeiras páginas da narrativa não são muito apelativas, tornando-se bastante confusas para o leitor. No entanto, à medida que progredimos a leitura, o mundo vai-se tornando mais claro, assim como as suas personagens.

Não são muitas as obras em que sinto a necessidade de voltar atrás, de confirmar algo ou alguma suspeita que tenha, de fazer 2+2. Esta é uma delas. Estamos perante uma obra de valor, de fantasia, com uma história de conteúdo interessante e devidamente explorada, que não só nos é dada a conhecer como nos envolve e convida a fazer parte dela.

“Tigana, que a minha memória de ti seja como uma lâmina da minha alma.”

Poderia falar muito mais sobre a história, mas como qualquer história de fantasia, não sendo eu a autora dela, não sou eu quem a deve contar :). No entanto, convido-vos a conhecer Tigana pela voz do seu príncipe e alguns dos seus antigos habitantes - Alessan, Devin, Bahed, Dianora e Catriana. :)

Um livro que vale verdadeiramente a pena!



Podem ler a opinião da Sofia aqui.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Pensamento do Dia


"...uma mão luta melhor quando forma um punho."
Guy Gavriel Kay

Opinião - "Tigana", Guy Gavriel Kay

Sinopse:

"Tigana é uma obra rara e encantadora onde mito e magia se tornam reais e entram nas nossas vidas. Esta é a história de uma nação oprimida que luta para ser livre depois de cair nas mãos de conquistadores implacáveis. É a história de um povo tão amaldiçoado pelas negras feitiçarias do rei Brandin que o próprio nome da sua bela terra não pode ser lembrado ou pronunciado. 

Mas anos após a devastação da sua capital, um pequeno grupo de sobreviventes, liderado pelo príncipe Alessan, inicia uma cruzada perigosa para destronar os reis despóticos que governam a Península da Palma, numa tentativa recuperar um nome banido: Tigana. 

Num mundo ricamente detalhado, onde impera a violência das paixões, este épico sublime sobre um povo determinado em alcançar os seus sonhos mudou para sempre as fronteiras da fantasia."


A sinopse é só do primeiro volume, mas a opinião é dos dois.

Opinião : 

O mundo do fantástico, de uma forma muito particular, permite viajar para novos mundos, com a sua própria linguagem, costumes e pessoas. De facto, nestas viagens é várias vezes necessário um mapa ou, até mesmo, um tradutor. 

Depois de conhecer J.K. Rowling e, mais recentemente, George R.R. Martin, a fasquia para os livros de fantástico ficou um pouco mais alta, fazendo com que esperasse cada vez mais deste género. 

Quando iniciei a leitura de Tigana a sensação de voltar a um mundo semelhante ao dos “ Jogo dos Tronos” apareceu quase sem reparar. Contudo, este livro apenas se assemelha a este na qualidade de escrita e imaginação do autor. Não estou a dizer que é melhor ou pior que “As Crónicas do Gelo e Fogo”, só estou a dizer que gostei imenso desta história. 

Em Portugal, Tigana é vendida em dois volumes, no entanto a história original é só um volume. Deste modo, não me senti nada culpada em começar de seguida o segundo mal acabou o primeiro. A minha curiosidade não podia esperar e, na realidade, ele foi feito para ser lido seguido. 

Porém, devo dizer que quando comecei a história não estava tão fã como estou agora. A história ao início parece demasiado complexa, como se existisse um livro anterior que não lemos. São introduzidos muito termos e personagens novas de forma muito abrupta o que, leva a perder, um pouco, o fio condutor do que está a acontecer. 

Todavia, esta sensação não dura. Sem darmos por ela Guy Gavriel Kay leva-nos para dentro das aventuras das personagens, a sentir a sua paixão, a lutar pelos mesmos objectivos que eles. Ensina-nos que há coisas que, mais do que podemos devemos sacrificar, pois o preço por não o fazer é demasiado alto. 

É brilhante a forma como demonstra como até o pior vilão pode ter algo em comum com o maior herói e que, mesmo sendo o mau da fita, não se é desprovido de coração. As pessoas são sempre mais do que aquilo que vemos, e não as devemos julgar como culpadas sem antes conhecer todos os factos, especialmente nesta narrativa. 

Além de todo um enredo extremamente bem construído, o autor possui também uma escrita descritiva lindíssima, com uma cadência que torna a leitura muito viciante e impossível de parar. Além do mais, as personagens são impossíveis de odiar! Apaixonamo-nos por cada uma delas e vamos de bom grado na mesma viagem que elas. 

O título do primeiro livro é muito apropriado – “Tigana, A Lâmina na Alma” – pois, a história fica gravada em nós. Já coloquei este livro na lista dos para reler, para poder absorver todos os pormenores que me escaparam e relembrar alguns dos belos momentos que o autor criou.

"Não existem caminhos errados. Apenas caminhos que não sabíamos que teríamos de percorrer."