quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

"A rapariga que roubava livros", Markus Zusak

Sinopse:

“Esta história decorre num pequeno subúrbio de Munique, em 1939, durante a Segunda Guerra Mundial. Vive-se um dia a dia difícil, e os bombardeamentos são cada vez mais frequentes. Mesmo assim ainda há quem não tenha perdido a capacidade de sonhar. A Morte, a narradora omnipresente, cansada de recolher almas, observa com compaixão e fascínio a estranha natureza dos humanos. Através do seu olhar intemporal, seguimos a história de Liesel, dos seus pais e de todos os seus amigos e vizinhos, incluindo Max que um dia veio viver na cave da casa da menina que roubava livros.”


Opinião:

Tinha “A rapariga que roubava livros” há quase um ano na minha estante, no entanto, só agora tive a coragem necessária para pegar nele. A verdade é que ler opiniões traz consigo alguns riscos, nomeadamente o de ler algum spoiler ou algo que não queríamos saber, que foi o que me aconteceu! Assim sendo, resolvi adiar esta leitura na esperança que o spoiler desaparecesse. Mas ele não desaparecia, e como não ler o livro não era sequer uma hipótese, finalmente tomei a decisão de o ler apesar deste percalço.

São inúmeras as opiniões positivas a este livro. Como tal, parti para esta leitura com as expectativas bastante elevadas. E isso fez com que me desiludisse, inicialmente, com o mesmo. Mas a culpa deste meu sentimento não foi certamente da obra, nem sequer das opiniões que já tinha lido, e muito menos de o livro ter menos qualidade do que aquela que eu esperava. Simplesmente é uma obra que merecia que eu enveredasse nela sem nenhuma expectativa.

Contrariamente ao que seria de esperar da minha parte, não posso dizer que tenha chorado ou sorrido para grande vergonha minha. Logo eu! Queria ter chorado e sorrido! Se calhar isto não faz sentido para quem ainda não leu o livro, mas tenho alguma esperança que o faça para quem já o leu.

Como podemos ver pela sinopse, esta obra tem como pano de fundo a 2ª Guerra Mundial! Se há coisa que este livro me fez relembrar foi o quanto gosto de história e o quanto gostava mais de saber sobre ela. E com isto não quero dizer que este se encontra repleto de pormenores históricos, pelo contrário. A magia da obra não se encontra de facto no período histórico em que incide, mas sim naquilo que o autor consegue fazer com ele.

Na verdade, é isto que se passa em cada livro que lemos, pelo menos naqueles que gostamos. Por vezes não é a história em si que nos cativa mas sim a maneira como esta nos é contada. Se há ponto forte desta obra e que, de facto, a distingue de tantas outras é a forma como a narrativa nos é apresentada, de uma forma invulgar, mas ao mesmo tempo tão simples e próxima do real.

Para começar, há que contemplar a capa! Apesar de nos dias de hoje o livro vir com a capa do filme pela frente, aconselho a quem for ler que espreite a capa original, uma vez que esta não poderia ser mais adequada para descrever o livro. Nela podemos ver a “morte” a saltar com uma menina – “Liesel”. E só pela capa conseguimos logo ser surpreendidos. Como é que juntando a “morte”, uma menina “Liesel” e a palavra “saltar” conseguimos sentir algo que não é a tristeza? E com isto consigo transmitir uma das grandes lições que esta obra me deu: a morte é algo mau sim, e horrível, mas faz parte da vida de todos nós e acompanha-nos, tal como a esta menina, do início até ao fim das nossas vidas!

E quem fala de morte tem que falar de pessoas, de relações interpessoais, da amizade, do amor, da família, de tudo aquilo que caracteriza a vida e que lhe dá valor. E aqui entram as magníficas personagens criadas por Markus Zusak, que ficamos a conhecer tão bem sem querermos e sem nos esforçarmos por isso. Não consigo sequer identificar uma personagem que não tenha conhecido e compreendido da melhor maneira. Penso que a construção das mesmas é perfeita, real para o tempo em que a história se desenrola, repletas de qualidades e defeitos assentes em bases sólidas.

Também os livros e as palavras ocupam um lugar muito especial ao longo da narrativa, deixando mais uma vez uma das mensagens mais bonitas sobre a sua importância para o ser humano. 

Como seria de esperar num livro sobre a 2ª Guerra Mundial, não existem propriamente momentos de pura felicidade. Mas a felicidade existe claro, mas nas pequenas coisas! São estas pequenas coisas que nos tocam o coração de uma maneira suave e ternurenta e que nos fazem muitas vezes superar as grandes dificuldades que surgem na nossa vida.

Por todas estas razões e tantas outras, é um livro que recomendo sem hesitar! É digno de ser lido, merecedor de todos os elogios que alguma vez vi a ele atribuídos, com belas mensagens e com uma boa ilustração daquilo que foi a 2ª Guerra Mundial!



3 comentários :

  1. Olá,
    Eu ainda não li este livro mas quero. Apesar das opiniões favoráveis tenho adiado a leitura porque achava que era demasiado dramático e ia chorar muito. Assim talvez demore menos tempo para o começar a ler.
    Beijinhos

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    Respostas
    1. Olá Tânia :)

      Não achei demasiado dramático! Mas nõ posso negar que seja uma história muito triste apesar de tudo. Na verdade, acho que tudo depende do espírito com que te entregas à leitura e claro de ti própria!

      Boas viagens,
      Rosana

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  2. Olá Vanda :)

    É um livro que recomendo mesmo! Também tenho de ver o filme ainda :). Fico contente que tenhas gostado da opinião!

    Boas viagens,
    Rosana

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