Sinopse:
“Quase todas as noites Holly e Gerry tinham a mesma discussão – qual dos dois se ia levantar da cama e voltar tacteando pateticamente o caminho de regresso ao apetecível leito? Comprar um candeeiro de mesa-de-cabeceira parecia não fazer parte dos planos, e assim o episódio da luz repetia-se a cada noite, num rito conjugal de pendor cómico a que nenhum desejava pôr termo. Agora, ao recordar esses momentos de pura felicidade, Holly sentia-se perdida sem Gerry. Simplesmente não sabia viver sem ele. Mas ele sabia-o, conhecia-a demasiado bem para a deixar no mundo sozinha e sem rumo. Por isso, imaginou uma forma de perpetuar ainda por algum tempo a sua presença junto da mulher, incentivando-a a viver de novo. Mas como se sobrevive à perda de um grande amor? Holly ter-nos-ia respondido: não se sobrevive! Mas Holly sobreviveu!”
Opinião:
Receio que esta vá ser uma opinião bastante difícil de escrever. Infelizmente não posso dizer que a leitura me tenha conquistado e correspondido às minhas expectativas. Acho que toda a gente sabe que esta não é uma obra publicada recentemente, tendo até já sido adaptada ao cinema.
Para começar, Ps – Eu amo-te tem uma premissa e uma base muito bonita. A história retrata essencialmente a vida de Holly – uma mulher que acabou de perder o marido jovem com um tumor cerebral – o antes, o presente e o depois. E isto, por si só, despertará logo bastante interesse em vários leitores. São várias as questões que conseguimos colocar antes de enveredar na sua leitura:
Como será perder de repente e cedo a pessoa que mais amamos?
Como será viver depois disso?
Será que Holly vai encontrar um novo amor?
Mas, na verdade, ao longo da leitura vamo-nos apercebendo de que não é apenas isto que esperávamos dela e queremos mais, mais e mais. Assim, dei por mim um pouco desiludida após ter lido já dois terços do livro. Mas, felizmente, o terço final conseguiu redimir-se, mostrando mais o lado que eu pretendia da história.
Por outro lado, esta obra possui quase 400 páginas! E aqui podem também questionar-se sobre o que há a dizer em tantas páginas. E, para isso, tenho que desvendar mais um pouco da história. Todos sabemos que quando perdemos alguém, esse alguém continua connosco de uma maneira ou de outra! Mas, aqui, Gerry – o marido de Holly – continua com ela de uma maneira diferente! Antes de morrer, Gerry elaborou uma lista de coisas que Holly tem que fazer ao longo do tempo, nomeadamente uma em cada mês, e a narrativa retrata isto mesmo – a concretização da lista de Gerry por Holly.
São inúmeras as lições que podemos retirar durante a leitura: umas transmitidas de forma evidente pela autora, outras transmitidas de forma indirecta pelos comportamentos das personagens e ainda as nossas lições face ao que estamos a ver.
É verdade que o amor é belo! É verdade que o amor é único e inexplicável! É verdade que o amor é uma força que nos dá e tira tanto! Mas, também é verdade que “amor” não é só amor pelo outro! Também é importante o amor por nós próprios – e é aqui que entra a lista de Gerry para Holly! E em relação a isto, achei de louvar o facto de num momento de grande sofrimento, prestes a morrer, Gerry tenha pensado em mais do que nele próprio – Ps-Eu amo-te – porque é isso o amor! No entanto, em contradição, também dei por mim ligeiramente irritada com a obsessão de Holly por esta lista! E com isto não estou a dizer que não a compreendia, mas ao longo do livro estamos constantemente a dizer a Holly – move on! E, felizmente, não somos os únicos a dizê-lo! Felizmente, o que se passa na vida de Holly não pára! Mas existe claramente um travão no dia 30 de cada mês (dia em que Holly descobre o próximo passo).
Em relação ao final, este soube-me a pouco, e o comportamento de Daniel – uma personagem que surge durante a narrativa – não me pareceu de todo coerente e compreensível. No entanto, concordo plenamente com o rumo e a conclusão dada pela autora a esta obra.
Em conclusão, apesar de não ter apreciado em pleno a obra, considero que a sua leitura teve algum impacto em mim como leitora e que, não só me ensinou algumas coisas directamente, como me fez lembrar de outras que nem sequer se encontram explícitas. Por isso, recomendo a sua leitura apesar de tudo! :)
Adaptação Cinematográfica
Um dia e meio depois de ler o livro resolvi ver o filme como qualquer leitor curioso. No entanto, penso que deveria ter deixado passar mais tempo entre a leitura e a visualização para uma melhor apreciação do filme. Isto porque o filme é muito diferente do livro - para melhor! Assim, dei por mim irritada em cada cena do filme por ter lido o livro antes do filme. Sei que a opinião das pessoas pode variar, mas se tivesse que deixar uma recomendação a alguém, diria para verem o filme antes da leitura da obra. E com isto podem perguntar-me, mas assim não vamos ficar desiludidos a seguir? É provável, mas pelo menos assim consequem sentir as emoções em pleno pelo menos durante o filme!
No que diz respeito a esta adaptação cinematográfica, considero que foi muito bem conseguida tendo em conta o livro em que foi baseada. Não vou mentir. É verdade que há muita coisa diferente, inclusive personagens que aparecem no filme e não aparecem no livro e vice versa, mas considero que o filme conseguiu ser mais coerente do que o livro, apesar de tudo. E, se para isso, o argumentista teve que alterar um pouco a história, fico contente que o tenha feito!
Sem dúvida que um dia vou voltar a ver este filme! Um dia em que esteja mais calma e em que me consiga abstrair da leitura que apesar de semelhante nada tem a ver com o filme. :)
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