domingo, 21 de maio de 2017

Opinião "A Abadia de Northanger"; Jane Austen

Sinopse

“Durante uma temporada em Bath, a jovem e ingénua Catherine Morland conhece pela primeira vez a sociedade mundana. Fica deliciada com os seus novos conhecimentos: a sedutora Isabella, que apresenta a Catherine os prazeres dos romances góticos, e os sofisticados Henry e Eleanor Tilney, que a convidam a visitar a casa do seu pai, a Abadia de Northanger. 
Ali, influenciada pelos romances de terror e mistério, Catherine começa a imaginar terríveis crimes cometidos pelo General Tilney, arriscando a perda da afeição de Henry. E terá então de aprender a diferença entre ficção e realidade, amigos verdadeiros e falsos. Com amplo sentido de humor e a sua irreprimível heroína, A Abadia de Northanger é o mais juvenil e o mais optimista dos trabalhos de Jane Austen.”

Opinião

Como fã assumida dos romances de Jane Austen, foi com grandes expectativas que me lancei na leitura deste “A Abadia de Northanger”, uma das obras da autora publicadas postumamente.

É protagonizado por Catherine Morland, uma jovem que viaja até Bath e se relaciona com diversas e aparentemente misteriosas personagens, numa trama rica em intrigas, como é típico das obras de Jane Austen. A maior parte da narrativa tem essa cidade como pano de fundo, transferindo-se depois para uma lúgubre abadia gótica, para a qual Catherine é convidada e que amplifica a sua imaginação vívida. No entanto, encontrei neste romance menos magia do que nos que li anteriormente, talvez pelo seu tom mais leve e personagens secundárias relativamente mais simples, que só resultam devido à ingenuidade da protagonista. Na verdade, Catherine é a heroína menos heróica dos romances de Jane Austen, uma jovem facilmente deslumbrada pelas novidades do mundo que está a começar a conhecer, às quais reage fantasiando, e que não se apercebe da malícia que para o leitor é óbvia quanto baste…

O tom irónico da autora está presente ao longo de toda a obra mas, tal como é explicado no posfácio da edição da Relógio D’Água, é notório que foi escrita para ser lida em voz alta nos serões da época. Os romances góticos que avivam a imaginação da protagonista parecem um tanto desenquadrados na narrativa, mas são o ingrediente perfeito numa obra lida em conjunto em voz alta, e na época em que tais romances eram tão badalados e comentados. Também as intervenções da autora enquanto narradora, tecendo variadas considerações, resultam muito bem em tal contexto, e foram um dos pontos que mais me atraíram durante a leitura!

Não sendo a minha preferida das que já li, e sendo até um pouco atípica para o género habitual da autora, com personagens que não se aproximam às icónicas Elizabeth Bennet ou Anne Elliot, “Abadia de Northanger” entretém. Cumpre o objectivo a que se propõe e, não me tendo fascinado, também não me desiludiu!


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