quarta-feira, 17 de abril de 2019

Opinião "O Amante Japonês", Isabel Allende

Sinopse

“Em 1939, quando a Polónia capitula sob o jugo dos nazis, os pais da jovem Alma Belasco enviam-na para casa dos tios, uma opulenta mansão em São Francisco. Aí, Alma conhece Ichimei Fukuda, o filho do jardineiro japonês da casa. Entre os dois brota um romance ingénuo, mas os jovens amantes são forçados a separar-se quando, na sequência do ataque a Pearl Harbor, Ichimei e a família – como milhares de outros nipo-americanos – são declarados inimigos e enviados para campos de internamento. Alma e Ichimei voltarão a encontrar-se ao longo dos anos, mas o seu amor permanece condenado aos olhos do mundo.

Décadas mais tarde, Alma prepara-se para se despedir de uma vida emocionante. Instala-se na Lark House, um excêntrico lar de idosos, onde conhece Irina Bazili, uma jovem funcionária com um passado igualmente turbulento. Irina torna-se amiga do neto de Alma, Seth, e juntos irão descobrir a verdade sobre uma paixão extraordinária que perdurou por quase setenta anos.

Em O Amante Japonês, Isabel Allende regressa ao estilo que tanto entusiasma o seu público, relatando de forma soberba uma história de amor que sobrevive às rugas do tempo e atravessa gerações e continentes.”

Opinião

Este não é o tipo de livro que normalmente leio, e a sinopse não me cativou particularmente. No entanto, tendo sido uma oferta de uma pessoa querida, e conhecendo a autora, parti para a sua leitura com um certo entusiasmo. E não posso dizer que tenha ficado desiludida.

Houve aspectos desta obra dos quais gostei mesmo muito (todo o tom, a dualidade de duas épocas diferentes, a sensibilidade com que as personagens foram construídas) e outros que não me agradaram nada (a história de Irina parece algo forçada, bem como a forma como o romance desta foi construído). Escusado será dizer que os capítulos em que Alma era jovem foram os meus preferidos!

Como mencionei, as personagens e o seu percurso acabam por cativar pela sua sensibilidade. O leitor sente a mágoa do passado e comove-se facilmente com as provações que Alma vai narrando a Irina e ao seu neto ao longo de todo o livro. E se há plot twists que são facilmente antecipáveis, há outros que surpreendem e ilustram a riqueza invulgar da vida de Alma.

Neste livro, a excentricidade e o privilégio andam de mãos dadas com a humildade e fragilidade da intimidade. É um romance, mas não é uma fantasia. E talvez por isso, apesar de me parecer forçado em alguns aspectos particulares, tenha sido uma leitura aprazível.

Li um livro de Isabel Allende já há vários anos, e na altura ficou-me na memória por ser extremamente bem narrado. Aqui, a autora reafirma o seu talento de contadora de histórias, sendo capaz de cativar e manter a narrativa interessante até ao final.


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