sábado, 24 de abril de 2021

A Revolução dos Homens Sentados, Rute Simões Ribeiro

Sinopse

A Revolução dos Homens Sentados reúne textos de narrativa breve de Rute Simões Ribeiro, autora de Ensaio sobre o Dever (Ou a Manifestação da Vontade) e A Alegria de Ser Miserável, entre outras obras publicadas. Ensaiando o tema da revolução, as narrativas presentes na obra A Revolução dos Homens Sentados, título de um dos textos reunidos, apresentam-se em diferentes construções e estilos que se entrelaçam e não exigem distinção. O leitor assiste a brevíssimos diálogos, alguns interiores, sem excesso que distraia, que poderia encenar no seu imaginário de assuntos improváveis, bem como a episódios fantasistas, assentes na realidade tragicómica do quotidiano. Rute Simões Ribeiro mais uma vez se experimenta, cede a pena à ideia livre, com delicadeza e humor, confiando a precisão à disciplina estética de textos que nada devem, nada temem, somente procuram despir uma lúcida, eloquente e acutilante verdade. Encerra o conjunto de textos, simbolicamente publicados no dia 25 de Abril de 2020, uma ode à Revolução de 25 de Abril de 1974 e a Salgueiro Maia, Capitão de Abril. 


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Opinião

É sempre um enorme prazer ler qualquer texto de Rute Simões Ribeiro, uma escritora portuguesa que conquistou o meu coração desde a sua primeira obra, Ensaio Sobre o Dever, que continua a ser a minha preferida. Por isso, foi com muito agrado que li este presente da Rute, A Revolução dos Homens Sentados, um conjunto de textos publicados a 25 de Abril de 2020 em forma de homenagem à nossa Revolução. 

Confesso que não sou a maior fã de livros de contos, embora os que compõe esta obra tenham a mesma temática. Acabo também por gostar mais das narrativas mais extensas da Rute e das personagens sui generis que ela consegue criar. No entanto, gostei desta leitura rápida, mas que nos obriga a relembrar que qualquer revolução vem de dentro, que tem de ser uma exigência nossa, que a liberdade pode custar termos de ser desobedientes, mesmo quando somos pessoas que gostam de cumprir as regras e preencher formulários para tudo e mais alguma coisa, é precisar relembrar que a ditadura acabou de facto e não podemos permitir que nos atirem areia para os olhos e temos de gritar sempre que for preciso “Isso não está certo, pois há direitos!”. E de forma alguma podemos perder a revolução no esquecimento.

Gostei naturalmente mais de alguns contos do que de outros, mas a escrita da autora nunca desilude, e de uma forma poética presenteia-nos com uma ode à Liberdade que termina com uma homenagem a Salgueiro Maia, Capitão de Abril. 

Deixo-vos um enxerto da obra que me fez sentir a marchar lado a lado com os Capitães de Abril, rumo à Liberdade, que sempre tive como garantida mas que devemos sempre valorizar.

Os homens-heróis não precisariam de balas que matassem. Os canhões foram letras de música. Para chegar ao dia da poesia, somente marcharam uma canção de fraternidade. Os homens levavam o rio nos pés e se balas houvesse chegariam a peitos de liberdade."



Podem ler a minha opinião das outras obras de Rute Simões Ribeiro aqui.

2 comentários :

  1. Gostei muito deste artigo, parece ser um livro bastante interessante

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    Respostas
    1. Olá Joaninha :)
      Eu gostei,mas como disse sou fã da autora!
      Vale a pena ler qualquer livro dela :)

      Boas leituras!

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