sábado, 30 de agosto de 2014

Opinião - " O Passado que Seremos", Inês Botelho

Sinopse

“Elisa e Alexandre conhecem-se num fim de semana no Caramulo. São ambos jovens, pertencem a círculos diferentes, vêem o mundo de perspectivas quase sempre opostas - e, no entanto, parecem incapazes de escapar à atração que lentamente os envolve. Com avanços e recuos, iniciam então uma relação que não entendem e que questionam. Mas que os marcará para sempre.

Elisa tem medo da lua e de janelas sem cortinas. Pensa de mais e quer entender o mundo nas suas múltiplas facetas. Alexandre, pelo contrário, avança sem grandes reflexões, preocupado em aproveitar cada momento do presente antes que as responsabilidades o amarrem.
Romance de iniciação à idade adulta, O Passado Que Seremos dá-nos o(s) retrato(s) de uma geração e dos caminhos onde procura encontrar a "sua" verdade.”


Opinião

Desde a última vez que li um livro de Inês Botelho já se passaram alguns anos, mas uma das memórias que me ficou foi a sua enorme capacidade de descrição, de nos colocar exactamente no local onde está a decorrer a história.

Contudo, neste livro, essa sua habilidade sobe a um outro nível, levando-nos a sentir o que as suas personagens sentem, de uma maneira tão real que muitas vezes dava por mim arrepiada, a suster a respiração ou com um aperto no coração.

A história deste livro gira à volta de Alexandre e Elisa e da sua relação ao longo do tempo. A escritora alterna entre os pontos de vista de um e outro, levando-nos a conhecer ambos de forma completa e a encontrar parte deles e parte do que eles viveram em nós. No entanto, por vezes, este método torna-se confuso, mas se se mantiver uma leitura atenta viveremos momentos deliciosos criados no desenrolar da história.

A escrita é soberba, cheia de pequenos pormenores e ligações que tornam o livro um prazer de ler. A escritora mostra-nos uma visão do mundo tão assustadoramente próxima que nos leva a uma reflexão profunda sobre as relações que criamos e deixamos na vida.

Assim, através de duas personagens principais, mostra-nos que as pessoas que passam pela nossa vida podem ser essenciais num momento, o centro do nosso mundo, para que, no momento a seguir sejam apenas uma memória feliz no nosso coração que, apesar de nos trazer um sorriso quando despertada, sabemos que tinha chegado a hora do adeus.

No entanto, mostra também o outro lado do espectro, que há pessoas que entram na nossa vida de forma inesperada e que, tal estrela que encontra o seu local para brilhar, ficam lá durante toda a nossa história.



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