terça-feira, 19 de março de 2019

Opinião "Sinto Muito", Nuno Lobo Antunes



Sinopse:

“É um livro de confissões/memórias de um neuro oncologista pediátrico e hoje neurologista sobre doenças de deficit de atenção. Uma reflexão sentida sobre aquilo porque muitas pessoas têm que passar ao longo da vida ou já no fim dela. Sinto Muito é sobre o sofrimento em geral, sobre a dor, seguida de perda, seguida de dor. Entristece o coração, mas recompensa-o grandemente, tornando-o mais leve e melhor. Nuno Lobo Antunes pretende, com bom propósito e bons resultados, deixar que o seu coração se pronuncie, que se liberte a sua voz, que seja conhecida a sua humanidade. E, na verdade, a alma fala.”



Opinião:

Depois de uma má fase a nível literário, foi com esta obra de Nuno Lobo Antunes que consegui voltar a casa e recuperar a vontade de ler. “Sinto Muito” como devem já ter reparado não é propriamente um livro que eu compraria de livre e espontânea vontade. No entanto, no decorrer de uma visita à Feira do Livro de Viana do Castelo bem acompanhada, eis que me foi sugerida a sua leitura!

Trata-se de uma obra resultante da compilação de memórias e desabafos do autor – neuro-oncologista pediátrico. E acho que este foi o grande motivo que me permitiu cair na tentação de o comprar! Claro que não é o primeiro livro que leio sobre a oncologia, no entanto, não tenho por hábito ler livros sobre o mesmo na primeira pessoa.

Para melhor descrever a minha opinião sobre a obra, posso dizer que é um espelho do nosso dia-a-dia como médicos, escrito de uma maneira singular. Por vezes quando nos perguntam o que fazemos, porque é que gostamos disto, é-nos difícil explicar. Muitas vezes ouvimos «não sei como consegues ver constantemente pessoas a sofrer». Mas a verdade é que existe alguma beleza/gratificação em estar ao lado e contribuir para um simples sorriso nos momentos mais difíceis. A beleza de um abraço! A beleza de um olhar! A sinceridade de um obrigado! Aquele aperto de mão!

E se no meu dia-a-dia me deparo com situações dolorosas, a verdade é que não consigo sequer imaginar o sofrimento diário com que se depara um neuro-oncologista pediátrico. É impossível não empatizar com o autor em certas páginas. Por vezes de forma irónica, mas real, “Sinto muito”!

É verdade que o autor não me conquistou, no entanto, reconheço o mérito do seu testemunho!



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