Olhei o tempo
Que sem vergonha
E de descoberta face
De volta me olhou
Olhei o tempo
E o tempo parou
Caí no sono
Frágil na minha lucidez
Caminhava de descalços pés
Pisando pesadamente
Um chão de vidros coberto
E a cada passo, um revés,
Tu tão longe em vez de perto
Corria então na ânsia de te encontrar
E de pés ensanguentados
Desaparecias do meu olhar
Ouvia risinhos e estridentes ruídos
Vindos de todas as labirínticas direcções
E a tua sombra se escapava
Entre as demais ilusões
Em torno de mim rodopiei
Chorava sem contenção
Exangue, tremendo em gélido suor
Ouvia o bater do meu coração
TUM- TUM
TUM-TUM
TUM-TUM
Batendo
Gelando
Suando
Sangrando
Correndo
TUM- TUM
TUM-TUM
TUM-TUM
Uma porta!
Uma porta avistava!
Talvez a salvação
Abri-a na Esperança de te dar a mão
Mas na sala vazia
Apenas um espelho
Fitando eu estava o meu cadavérico olhar
Baços globos oculares no vazio focados
Eternamente arregalados
Para mais não te ver chegar
Abri a boca para gritar
E apenas o silêncio se fez ouvir
Porquê? Porque tinhas de partir?
Meia-noite e cinco.
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