domingo, 28 de junho de 2020

Opinião "Os Outros", C. J. Tudor

50615005 Sinopse

Uma rapariga pálida num quarto branco…

Ao conduzir uma noite para casa, Gabe vai atrás de um velho carro, quando vê a cara de uma menina aparecer na janela.
Ela diz uma palavra: papá.
É a sua filha de cinco anos, Izzy.
E nunca mais a vê.

Três anos mais tarde, Gabe passa os dias a conduzir na auto-estrada à procura do carro que levou a filha, recusando-se a desistir. Apesar de todos pensarem que Izzy está morta.
Fran e a filha, Alice, também estão na auto-estrada.
Não estão à procura. Estão em fuga. Tentando manter-se um passo à frente das pessoas que lhes querem fazer mal. Porque Fran sabe a verdade. Ela sabe o que aconteceu à filha de Gabe.
Sabe quem é o responsável e o que lhe farão a si e a Alice se a apanharem. 


Opinião

Os Outros, de C. J. Tudor, é um thriller psicológico viciante e sombrio que me levou numa leitura frenética, mas que foi arrefecendo e que culminou num final demasiado suave para a narrativa intensa que o antecedeu.

Após O Homem de Giz (2018) e Levaram Annie Thorne (2019), a escritora C. J. Tudor presenteia-nos em Os Outros com a trágica história de Gabe. A sua mulher e a filha foram assassinadas durante o que a polícia acredita ter sido um roubo que correu mal. Gabe não se conforma porque nesse dia, a caminho de casa, acredita ter visto no carro da frente a sua pequena Izzy. Durante os três anos seguintes vagueia pelas estradas e estações de serviço, numa solidão desesperada, à procura do carro que viu no fatídico dia que transformou a sua vida.

A par desta procura incessante conhecemos Fran e a sua filha Alice que andam em fuga, fugindo de uma ameaça que desconhecemos, Katie, a empregada de uma das estações de serviço frequentadas por Gabe, e uma rapariga adormecida em estado vegetativo desde há muito tempo.

Qual a relação entre estas personagens? Quem são Os Outros? Estará mesmo viva a filha de Gabe? As repostas a estas perguntas só começam a ser desvendadas depois do meio do livro, o que constituiu uma receita para o sucesso desta obra, pois ficamos presos a tentar perceber as revelações, apesar de ter antecipado quase todas elas.

Os seus capítulos curtos e a alternância entre as várias histórias tornam a leitura empolgante, envolvendo-nos numa ansiedade contínua, numa busca pelas respostas quase tão energética como a que é feita pelo protagonista.

C. J. Tudor inclui um elemento sobrenatural que não encaixa e que para mim não funcionou de todo e inclusive tirou alguma credibilidade a este thriller tão obscuro e que explora tão bem os sentimentos de vingança e desespero. Também acho que há um exagero de coincidências no livro que deveriam ter sido melhor ponderadas.

Apesar destas pequenas falhas recomendo Os Outros porque é entretenimento puro, vão devorar este livro
intrigante e bem escrito num ápice! 

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