quinta-feira, 24 de abril de 2014

Opinião - "Divergente", Veronica Roth


Sinopse:

Na Chicago distópica de Beatrice Prior, a sociedade está dividida em cinco fações, cada uma delas destinada a cultivar uma virtude específica: Cândidos (a sinceridade), Abnegados (o altruísmo), Intrépidos (a coragem), Cordiais (a amizade) e Eruditos (a inteligência). Numa cerimónia anual, todos os jovens de 16 anos devem decidir a fação a que irão pertencer para o resto das suas vidas. Para Beatrice, a escolha é entre ficar com a sua família... e ser quem realmente é. A sua decisão irá surpreender todos, inclusive a própria jovem. Durante o competitivo processo de iniciação que se segue, Beatrice decide mudar o nome para Tris e procura descobrir quem são os seus verdadeiros amigos, ao mesmo tempo que se enamora por um rapaz misterioso, que umas vezes a fascina e outras a enfurece. No entanto, Tris também tem um segredo, que nunca contou a ninguém porque poderia colocar a sua vida em perigo. Quando descobre um conflito que ameaça devastar a aparentemente perfeita sociedade em que vive, percebe que o seu segredo pode ser a chave para salvar aqueles que ama... ou acabar por destruí-la. 

Opinião:

Para começar, gostei deste livro. É leve, entretém, prende pela velocidade e pelo mistério em torno das personagens que se vão dando a conhecer. Como está na moda, leva-nos para uma realidade distópica permitindo sair da rotina.

Numa sociedade dividida em fações quem não encaixa fica condenado a um caminho de incertezas. Tris curiosa, de espírito interrogativo e muito pouco submissa aos ideais da sua fação de origem, os Abnegados, vê-se confrontada com a possibilidade de não se integrar totalmente em nenhuma fação. Resta-lhe seguir o seu coração, abandonar a sua família e tentar perceber quem realmente é e qual o significado de ser Divergente.

Ainda que considere a premissa um pouco fraca (a explicação para divisão tão extremista da sociedade em fações não me convenceu) e algumas ideias serem insuficientemente desenvolvidas ou explicadas de forma complicada é inevitável não pensar na bem elaborada metáfora feita à sociedade em que vivemos forçando-nos a repensar que as pessoas são mais que os adjectivos que lhes atribuímos, mais que os estereótipos em que as categorizamos, mais do que os grupos a que pertencem.

O quão perigoso se pode tornar pensar de maneira diferente e o quão incontroláveis são as pessoas que o fazem e o ‘pseudo’ livre arbítrio a que estamos sujeitos são outras questões pertinentes que ficam no ar.

A Tris causa-me uma certa estranheza como se nela houvesse algo de falso e a sua constante vitimização e apelo à sua alegada fragilidade roçam o irritante, por outro lado o enigmático Quatro desperta empatia ad inicium, parecendo mesmo lançar um encantamento pois ficamos logo curiosos só por causa do seu nome.

É um livro com uma escrita viciante com ingredientes para agradar a todos os gostos repleto de aventura, acção, drama e claro uma história de amor. 


“Acreditamos em actos ordinários de bravura, na coragem que leva uma pessoa a se levantar em defesa da outra”



2 comentários :

  1. Por acaso fiquei com muita curiosidade sobre este livro quando ouvi falar dele... Pena que agora com a publicidade do filme tenha também subido o preço do livro! Vamos rezar por livros a preços mais acessíveis: "Avé..."

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Isabel! Que bom ver-te por cá :)

      Curiosidade é a reacção natural quando pegamos neste livro por nos falar de uma sociedade organizada de forma tão diferente! Nós compramos em promoção e quando ainda faltavam meses para sair o filme, nem tão pouco havia trailer!
      Pode ser que encontres numa Feira do Livro de Verão numa grande superfície, costumam fazer descontos mesmo em livros recentes ;)

      Beijinhos,
      Tomé

      Eliminar