Edição: 1992
Páginas: 414
ISBN: 9789727081547
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"É em Londres, numa incerta Primavera de 1880.
Numa casa, várias crianças falam. A sua mãe está doente há tanto tempo que as filhas mais velhas começaram a imitar o tom que ela usava com as crianças. A morte dela deveria libertá-las, permitindo-lhes ter a vida que imaginaram.
Esta é a história de uma família contada ao longo de cinquenta anos, num período de grandes mudanças.
Irmãos, pais, avós. As relações e o tempo, as gerações que se cruzam, alegram sofrem, juntam, separam e envelhecem.
Para uns é o abandono das causas da juventude. Para outros, a inquietação continuou."
Opinião
Devo começar por dizer que este livro é menos de acção, e mais de reflexão. Não é um livro "fácil", daqueles para descontrair ao fim do dia, mas também não é "difícil", na medida em que os sentimentos de cada personagem espelham os nossos, num ou noutro momento do tempo, o que torna fácil compreendê-las.
A narrativa passa-se ao longo de 50 anos, desde a juventude dos irmãos Pargiter (Edward, Eleanor, Morris, Delia, Milly, Martin e Rose), em 1880, até ao "Presente", cerca de 1930, centrando-se na vida destes e na das suas primas, Maggie, Sally e Kitty, com pontos de vista alternantes. A autora situa-nos no espaço e no tempo no início de cada capítulo (ou década) com descrições vívidas das ruas Londrinas da época, com as suas pessoas, cheiros e cores, com referência à estação que decorre.
Sempre apreciei livros que nos permitissem seguir personagens desde o início da sua infância até à velhice, e este não foi excepção. Todas estas vidas, por um lado inevitavelmente entrelaçadas, por outro divergindo à medida que os anos passam, nos lembram algum pedaço de nós que tínhamos esquecido, ou um futuro que podemos temer ou ansiar (por vezes, ambos em iguais medidas). As personagens convidam-nos a reflectir sobre todas as incertezas que nos assolam durante a vida - a busca de uma identidade, de um sentimento de pertença, do cepticismo dos jovens; os arrependimentos da meia idade; a esperança que ressurge na velhice, observando uma nova geração a florescer.
Apesar de reconhecer que não tenho uma grande experiência de vida, consigo rever-me em Eleanor, sempre "ausente", na sua eterna falta de palavras para exprimir o que sente, mas também no seu contentamento pela felicidade dos que lhe são mais próximos. É porventura a minha personagem favorita, se bem que devo também mostrar a minha admiração pela paz permanente de Maggie, e pela ingenuidade etérea de Sally.
Em suma, aconselho este livro a quem gostar de leituras a ritmo lento, cheias de reflexões tão belas como provocantes.
Olá Bárbara e restante malta do bloguinhas :D
ResponderEliminarNunca li nada desta escritora e até tenho acesso fácil aos seus livros mas nunca me deu para ler nada.
Já li imensos livros passados nesse periodo e foram muito interessantes, logo pelo que percebo este livro até funciona bem como romance histórico e já deu para perceber que ando a perder bons livros ao não ler os seus livros.
A ver se experiemento sem duvida
Bjs e boas leituras
Olá Fiacha! :)
ResponderEliminarA caracterização da época é realmente excelente, pelas descrições e pelas referências a eventos históricos conseguimos mesmo sentir como era a atmosfera naquela altura.
Foi o primeiro livro da Virginia Woolf que li, e também fiquei com vontade de ler mais! Já me aconselharam o "Orlando", que me parece ser também uma grande leitura.
Boas viagens literárias!