Opinião - "A Ameaça", Ken Follett

Sinopse:

“Unanimemente considerado um dos mestres actuais do policial, Ken Follett tem a capacidade única de, a cada novo romance, reinventar o próprio thriller. Em A Ameaça, um poderoso agente antiviral desaparece misteriosamente das instalações da Oxenford Medical, uma empresa farmacêutica que está a desenvolver um antivírus para uma das mais perigosas variedades do Ébola. Quem o poderá ter roubado? E com que obscuras intenções? Toni Gallo, responsável pela segurança da empresa, está profundamente consciente da terrível ameaça que o seu desaparecimento pode significar. Mas o que Toni, Stanley Oxenford, o director da empresa, e a própria polícia vão encontrar pela frente é um pesadelo capaz de ultrapassar os seus piores receios… Traições, violência, heroísmo e paixão num thriller absolutamente brilhante.”

Opinião:

E foi com este livro e este tão famoso autor que me estreei nos thrillers. Estava difícil dar início à leitura de um livro do género, mas finalmente aconteceu. :) Claro que não é com a leitura de um livro apenas que poderei dizer se gosto muito ou não de thrillers, mas posso dizer que foi com grande ânimo que folheei cada página desta obra.

Ken Follet é autor de thrillers, romances históricos, entre outros. No entanto, não só é o primeiro thriller que leio, como também é o primeiro livro que leio do autor. Sendo assim, é-me impossível comparar a qualidade desta obra com muitas outras do mesmo.

Não vou negar nenhuma das qualidades que já vi referidas do autor. São, de facto, merecidas. É possuidor de uma escrita madura, pensada e bem elaborada, repleta ainda do suspense que tanto caracteriza os thrillers. Para além disso, “A Ameaça” consegue ser muito mais do que um thriller. Nela, Ken Follet acrescentou um pouco de romance, valores e sentimentos. Estes acrescentos enriqueceram sem dúvida a obra, no entanto, com os mesmos senti, por vezes, que o ritmo alucinante de um thriller se ia perdendo.

A narrativa desenrola-se a partir do desaparecimento de Michael Ross e de um fármaco antiviral contra um vírus mortal. E é logo neste momento que o pânico se instala nos responsáveis pela segurança da empresa farmacêutica. O que estes não imaginaram é que o pior ainda estava para vir – o assalto à Oxenford Medical, com o roubo desse mesmo vírus.

Para além desta ameaça e dos perigos a ela associados, a verdade é que, no fim da leitura, o leitor é levado a refletir numa série de questões:

Será ético o uso de animais nas experiências com vírus mortais?
Será que as pessoas mudam?
Será a família aquilo que, de facto, temos de mais importante?

E podem perguntar-se, porque falei da família aqui? Como referi anteriormente, “A Ameaça” é mais do que um thriller, ela centra-se, em grande parte, na família de Stanley Oxenford. E, como não poderia deixar de ser numa família, ninguém é perfeito, cada um tem as suas fraquezas e, até mesmo, alguns segredos. E a humildade de Ken Follet na criação destas personagens imperfeitas é de salientar.

Em conclusão, posso referir que, apesar de estar à espera de um pouco mais do autor, foi uma boa leitura, viciante, que me prendeu do início ao fim e que, provavelmente, irei ler mais livros do autor.