Opinião - "O Mar de Ferro", George R. R. Martin

Sinopse:

“O oitavo volume de As Crónicas de Gelo e Fogo, a melhor série de fantasia da actualidade.

Quando Euron Greyjoy consegue ser escolhido como rei das Ilhas de Ferro não são só as ilhas que tremem. O Olho de Corvo tem o objectivo declarado de conquistar Westeros. E o seu povo parece acreditar nele. Mas será ele capaz? Em Porto Real, Cersei enreda-se cada vez mais nas teias da corte. Desprovida do apoio da família, e rodeada por um conselho que ela própria considera incapaz, é ainda confrontada com a presença ameaçadora de uma nova corrente militante da Fé. Como se desenvencilhará de um tal enredo? A guerra está prestes a terminar mas as terras fluviais continuam assoladas por bandos de salteadores. Apesar da morte do Jovem Lobo, Correrrio ainda resiste ao poderio dos Lannister, e Jaime parte para conquistar o baluarte dos Tully. O mesmo Jaime que jurara solenemente a Catelyn Stark não voltar a pegar em armas contra os Tully ou os Stark. Mas todos sabem que o Regicida é um homem sem honra. Ou não será bem assim?”

 

Opinião:

Para quem ainda não conhece esta saga, “As Crónicas do Gelo e do Fogo” contam já com dez livros publicados em Portugal. No entanto, pensa-se que chegarão aos catorze. Logo a avaliar por aqui, é preciso ponderar muito bem na sua aquisição, uma vez que somando o preço de cada um, é muito dinheiro. E aqui irão surgir, claro, muitas questões: Será que o dinheiro gasto vai valer a pena? Será que vou gostar?

Apesar desta opinião ser acerca do oitavo volume, e dado que li os anteriores antes da criação do blog, acho necessário esclarecer um pouco em que consiste esta grande narrativa.

 

Vemos escrito na capa de todos os livros: “a melhor série de fantasia da actualidade”. É, sem sombra de dúvida, uma história de fantasia muito rica: nas suas inúmeras personagens, em termos de escrita, na sua essência e construída sobre bases muito sólidas. No entanto, toda esta riqueza torna “As Crónicas do Gelo e do Fogo” uma saga complexa e, por vezes, difícil de acompanhar. Falando por experiência própria, são livros que não consigo ler em tempo de aulas ou de muito estudo. É uma leitura que exige a nossa atenção a todos os pormenores, a todas as personagens, entre outras coisas. E, não digo que isto seja um ponto negativo, pelo contrário, só mostra a qualidade da escrita e da imaginação de George R. R. Martin. Como diria a bloguinha Sofia, “É complexa? Sim, é uma obra de fantasia para adultos”.

Quanto ao oitavo livro, não me surpreendeu nem me desiludiu. Digamos que de livro para livro George R. R. Martin foi sempre crescendo, assim como a narrativa, e que neste volume, tal como no anterior “O Festim dos Corvos”, foi como se tivesse parado no tempo. Claro que ficamos a saber muitas coisas importantes ao longo deste livro, no entanto, funcionou apenas como um complemento ao que se passou até agora e ao que provavelmente se irá passar a seguir.

George R. R. Martin é brilhante na criação das suas personagens e possuidor de uma enorme crueldade na destruição das mesmas. Cada vez que começamos a adorar uma personagem, a conhecê-la verdadeiramente, ele destrói-a sem dó nem piedade. Claro que para isto há excepções, felizmente J.

Neste livro, a narrativa desenrola-se mais em torno de Jaime, Cersei e Brienne. E, apesar de não serem as personagens a que no primeiro livro me apeguei, também com elas fui criando uma ligação. E esta é, sem dúvida, uma das grandes qualidades do autor: fazer o leitor sentir algo pelas personagens e pelo seu rumo. Não posso dizer o que senti ou sinto, pois faria spoilers inevitavelmente, mas posso dizer que não faço a mais pálida ideia de como vai acabar esta saga. A imprevisibilidade reina na mesma. Uns vivem, outros morrem, outros renascem. Nada é o que parece ser. E tudo está, de facto, única e exclusivamente, nas mãos de George R. R. Martin.

Mais para o fim deste livro, fui revivendo o ritmo dos volumes anteriores a este, o que me deixou com grandes expectativas em relação aos próximos. Fiquei com a sensação que os próximos serão arrebatadores. Felizmente já tenho os próximos dois na minha estante J.