Opinião - " E se?", Maria Capitão

Sinopse

"Como tinha dito, a base do livro vão ser frases, pensamentos ou textos que me tenhas dito. (...) Espero que com este livro possas realmente perceber o que sentia por ti, Rodrigo. Boa sorte a perceber. Até hoje eu ainda não descobri."
A nossa amizade terminou. No entanto, nunca foi esclarecida. Não tínhamos uma amizade normal nem éramos pessoas normais. Este livro trata dos comentários que tu, Mr.Pedinte me fizeste durante toda a nossa amizade, cronologicamente, explicando porque é que chegou ao fim.”

Opinião

Há coisas sobre as quais é difícil escrever uma opinião, passar para palavras o que penso do livro ou história. “E se?” encaixa-se nessa categoria.Tal como descrito na sinopse o livro contém excertos de conversas ou momentos vividos pela autora na sua relação com Rodrigo ( nome fictício).

Pela sinopse podemos logo perceber que o livro será extremamente pessoal e intimista. É corajoso o que a escritora fez, abrir uma parte da sua vida a qualquer um, expondo-se a julgamentos e críticas a algo que faz parte de si.

Ao longo da leitura senti por várias vezes que estava a ler palavras que não eram para os meus olhos, que me estava a intrometer nos seus pensamentos e sentimentos sem autorização. Contudo, não consegui parar de ler, de descobrir o que a autora tentava transmitir e ensinar através da sua própria experiência.

Para mim, o livro parece nascer do adeus inacabado da autora a Rodrigo que , por falta de oportunidade ou palavras adequadas, não o conseguiu fazer antes. Com esta sua partilha mostra-nos que as pessoas que por nós passam marcam-nos e ficam connosco, deixando sempre recordações, sejam elas boas ou más. Depende de nós fazer delas algo que nos perturba ou que nos faz crescer, tornando mais fácil o caminho.

É um livro fácil e rápido de ler, mas que deixará o leitor a pensar nele durante muito tempo.

“A destruição da nossa amizade foi "perfeita" demais para ter sido ao acaso. Não havia nada que pudéssemos ter feito. Havia. Mas era assim mesmo que nós éramos. Estúpidos. Imaturos. Ingénuos."