Edição: 2012 (1ª - 2009)
Páginas: 397
ISBN: 9789722348508
Goodreads: mais informação aqui.
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Sinopse
"Quando desperta,
não sabe onde se encontra. Sabe que o seu nome é Thomas, mas é tudo. Quando
aquela caixa metálica para, Thomas percebe então que se encontra num elevador e
não tarda a descobrir que chegou a um lugar estranho e que o enche de pânico.
Lá fora, uma pequena multidão de adolescentes como ele. Os rapazes puxam-no
para fora e as suas vozes saúdam-no numa linguagem que lhe parece estranha.
Dizem-lhe que aquele lugar se chama a Clareira e ensinam-lhe o que sabem a
respeito daquele mundo. E existe o Labirinto, para além dos muros da
Clareira... Mas acontece algo inesperado – a chegada da primeira e única
rapariga, Teresa. E ela traz uma mensagem que mudará todas as regras do jogo."
Opinião
Maze Runner é uma obra que está agora a ganhar popularidade,
devido ao filme homónimo baseado na obra que irá estrear em Setembro deste ano.
O livro é publicitado como uma distopia ao gosto de fãs de Os Jogos da Fome, o que, juntamente com a sinopse que levanta
apenas uma ponta do mistério e com meu gosto pessoal por este tipo de
universos, foi o suficiente para me despertar a curiosidade. (Por acaso, penso
que o estilo se aproxima mais da série Divergente,
da qual também sou fã, ou da série Anders,
menos conhecida mas também muito boa.)
Como tal, iniciei
a leitura com grandes expectativas. Chegamos à Clareira com Thomas e apenas com
aquilo que ele leva – o seu nome e o medo do desconhecido. Dei por mim presa à
narrativa desde esse momento, pois a novidade do mundo que recebe Thomas é
vasta e só é dada a conhecer ao leitor em pequenas porções. Fiquei surpreendida
com o sistema organizado pelo grupo de rapazes adolescentes, que tiram o melhor
partido do pouco que têm e conseguem manter a pequena comunidade, apesar de
conscientes do seu estado de cativos. Porém, o autor consegue não fazer destes
rapazes adultos em miniatura, e apesar das suas qualidades, têm também defeitos
(próprios da idade, mas não só).
No entanto, passada
esta primeira onda de entusiasmo, fui ficando ligeiramente desiludida, por duas
razões: primeiro, o tipo de linguagem não é muito adequado a um público adulto;
não me refiro ao calão inventado pelos Clareirenses (aliás, confesso que utilizei a palavra chancos em voz alta uma vez), nem à sua própria forma de
falar (tratam-se, afinal, de adolescentes, e neste caso bem caracterizados). O
que mais me incomodou foi a forma infantilizada como se traduziram alguns
termos do original, como Gladers (os
habitantes da Clareira) ou Grievers (os
Magoadores, cujo nome me soava pior do que o seu aspecto monstruoso…)
Compreendo que este é um livro dirigido a um público juvenil, mas não sei qual
a expressão em inglês que levaria um tradutor a escrever “mariquinhas pé de
salsa”. Enquanto o título se manteve, apropriadamente na minha opinião, o cargo
de Runner foi também traduzido para Explorador, o que parece fazê-lo perder
algum significado.
(Dentro da escrita, um aparte para o autor: por muito que esteja a ser pensado por adolescentes sem uma concepção total da realidade, não é lícito escrever que "As pessoas com problemas mentais eram capazes de tudo." Pensamentos como este perpetuam o estigma associado à doença mental, e penso ser um dever de todos apontar estes erros, mesmo que irreflectidos.)
Segundo, Thomas
comporta-se no início como o Caloiro que é, tendo um pensamento cíclico e redundante:
não me lembro, mas é familiar; tenho medo, mas vou; não conheço, mas quero. Fiquei
com algum receio que a personagem não fosse bem desenvolvida durante o livro, e,
sendo ele o protagonista, era um aspecto muito importante para mim, até para
desenvolver empatia para com ele.
Esta “profecia”
acabou por não se concretizar, pois à medida que se vão sucedendo novos
acontecimentos na Clareira e o enredo vai adensando, volta o entusiasmo dos
primeiros capítulos, e Thomas vai revelando o seu carácter à medida que
estabelece relações com os outros rapazes da Clareira. Ele revela-se, por fim,
uma pessoa de princípios, altruísta e corajoso, conseguindo por fim ultrapassar
alguns dos seus medos, bem como compreender melhor as suas emoções
relativamente ao meio em que se encontra e aos outros.
A história
encerra outras personagens também complexas, das quais destaco Chuck, o pequeno
sidekick de Thomas, que revela uma faceta da sua
personalidade que não é aparente ao início, Alby e Newt, os ”líderes” do grupo
de adolescentes, pela sua sensatez e instinto de protecção. Gostaria de
conhecer melhor Teresa, mas julgo que com a continuação da série este desejo
será concretizado.
A atmosfera de
medo e claustrofobia (concedidos mais pelo próprio Labirinto e pelas circunstâncias
que levam algumas pessoas à loucura, do pelos monstros que o habitam) são bem
caracterizadas, e houve algumas instâncias em que me senti tão sem fôlego como
Thomas estaria.
Dito isto, posso
afirmar que gostei bastante da história, e pretendo continuar a ler a série (o
volume seguinte, Provas de Fogo, já
se encontra publicado pela Editorial Presença). A obra centra-se na procura de
algo dentro de nós que nos permita chegar mais longe e prevalecer, ou, usando
uma expressão que aprecio, fazer das tripas coração, usar o medo como propulsor
para derrubar barreiras.
P.S. Não resisti
a ir ver o trailer do filme mesmo antes de escrever esta crítica… Pareceu-me
estar excelente visualmente, no que diz respeito ao Labirinto, e o casting
também me parece bem (Kaya Scodelario tem um visual muito próximo do que imaginei
para Teresa!)
A cena final do
trailer foi aquela em que no livro Thomas me conquistou definitivamente…
Mas vejam por
vocês mesmos, e digam o que acharam!
Olá,
ResponderEliminarNão sou muito de distopias, mas ainda assim gostei bastante de algumas, por exemplo Os Jogos da Fome.
Vou esperar por ler mais comentários, quem sabe não me decida e venha a ler, será mais uma saga, devo ter muita queda para este tipo de leituras :D
Bjs e boas viagens
Olá Fiacha!
EliminarEu por acaso adoro distopias! Penso que esta saga valerá a pena, especialmente para quem gostar de ficção científica :)
Boas viagens,
Bárbara
Acabei esse livro no início deste mês e identifiquei-me com algumas partes da tua opinião. :) No entanto, foi um livro que me desiludiu um bocadinho e que me envolveu mais pela curiosidade do que pelos aspetos que mencionaste. Mas também pretendo continuar a série. :D
ResponderEliminarBeijinhos!
*Mistery
Olá Mistery!
EliminarCompreendo o que dizes, e mesmo que não tivesse acabado por me voltar a envolver na história, acho que ia ter de continuar a série na mesma! Fico contente por estar em sintonia com outra pessoa que tenha lido o livro :)
Beijinhos e boas viagens!
Bárbara
Gostei bastante do livro e já comprei o segundo para continuar a trilogia :)
ResponderEliminarOlá Inês!
EliminarQuando acabei fui logo ver se já estava editado em Português, não vou resistir a comprar em breve ;)
Boas viagens,
Bárbara