Sobre o autor:
"Sónia Ferraz da Cunha é licenciada em
História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e em
Conservação e Restauro pelo Instituto Politécnico de Tomar. Ao longo da sua
vida profissional exerceu diversos cargos em diferentes áreas, como Técnico
Superior de Conservação e Restauro, Professora Universitária de Conservação e
Restauro e Professora de História do 3º Ciclo e Secundário. A paixão pela
Literatura em geral, e pela arte da escrita em particular, nasceu ainda Sónia
se encontrava sob a estática e permanente observação das elevações montanhosas
que coroam as paisagens de Trás-os-Montes, de onde é originária e onde nasceu
decorria o ano de 1977, sendo que atualmente reside na Invicta cidade do Porto,
cidade que a adotou e que por ela foi tão apaixonadamente adotada."
Entrevista:
Quando
é que começou a escrever?
Pela
adolescência, ainda guardo muito do que produzi nesses tenros anos, mas tal
como a minha cabeça nessa altura, é tudo muito confuso, ansioso, obscuro;
depois atravessou-se a vida, muita vida, muito mundo, muitas experiências,
muitas aventuras, e deixou de haver tempo, e vontade de deixar a fantasia
invadir a realidade, até agora.
Qual
é o primeiro livro que se recorda de ler?
Fora dos limites escolares - Os Sofrimentos do Jovem Werther de Goethe, livro que na altura, e
talvez porque ainda era muito jovem, me impressionou muito e me provocou uma
temporária, contudo, intensa obsessão pelo autor o que me levou a devorar tudo
o que consegui encontrar dele (na biblioteca) e por arrasto de Schiller, sobre o
movimento Sturm und Drang, e cheguei
a ler as Conversações com Goethe de Eckermann
que se centram nos últimos anos de vida de Goethe.
Qual é o
próximo livro na sua lista de leitura?
Neste momento estou, ansiosamente, à
espera que o Crush de Richard Siken
me chegue às mãos (que é suposto acontecer no dia do meu aniversário que está
para muito breve).
Quais são os seus livros preferidos? E
autores?
Escolher
preferidos é sempre muito, muito difícil, mas, e ainda assim, posso dizer que
já repeti a leitura do Retrato de Dorian
Gray de Oscar Wilde três vezes, completas, (também estou à espera que uma edição
em inglês do mesmo me chegue às mãos) e que este tem um lugar de primordial
destaque. Depois há Stendhal, Goethe, obviamente, Henry James (recordo no
primeiro ano de faculdade no Porto como entretinha em casa uns amigos, à mesa e
com apenas a luz duma vela, a contar a história de A Outra Volta do Parafuso de Henry James, memórias preciosas!), Amandine
Aurore Lucile Dupin mais conhecida sob o pseudónimo de George Sand…
Qual
a melhor companhia para um livro? Um café, a praia, o quentinho do sofá?
A
melhor companhia é sem dúvida o silêncio ou uma boa música a tocar quase em
surdina, de preferência só piano, e como cenário de fundo a varanda, a sala, o
quarto...
Que autores influenciaram a
sua escrita?
Não faço ideia, suponho que todos os que li e vou lendo, e acreditem que
já são muitos.
O que a inspirou ao escrever A escuridão procura a escuridão?
O que a inspirou ao escrever A escuridão procura a escuridão?
Honestamente?
Nada em especial, e tal como nos que ainda vivem guardados, acontece assim, do
nada, e vais pela rua e um raio de impossível definição atravessa-te a mente e
tudo começa a jorrar sabe-se lá de onde. Na verdade, imaginação é coisa que
sempre tive em excesso.
Qual o seu principal objectivo ao
abordar um tema tão diferente como o presente em A escuridão procura a
escuridão?
Objetivo?
Absolutamente nenhum, e a verdade é que não pretendi abordar nenhum tema em
particular, apenas contar uma história. Mais uma vez, vais pela rua e vês
alguém, alguém que te recorda algo que nunca existiu, que te evoca memórias que
se confundem em fantasias e nasce uma personagem; a partir dela se ramificam
outras e todas se vão definindo, assim como os seus percursos, e no fim temos
uma história, só isso.
Como tem sido a reacção dos leitores
ao seu livro?
Tem sido muito positiva, e pessoalmente ou através de
terceiros tem-me chegado um muito interessante e positivo feedback.
Gostava de
ver A escuridão procura a escuridão adaptada ao cinema/televisão?
Suponho
que sim, claro que seria interessante, mas acredito que muito perturbador
também.
Já alguma vez se deparou com alguém a ler A escuridão procura a escuridão por exemplo num transporte público
ou outro local? Como se sentiu?
Não, e é muito raro eu frequentar locais onde tal pudesse acontecer, mas
suponho que seria uma situação interessante.
Quando escreve vai mostrando a alguém
ou só no final pede opinião? E quem é a primeira pessoa a quem mostra o seu
trabalho?
É raro mostrar a alguém, e se o faço
é só no final.
Considera
que se aposta nos autores portugueses ou que as editoras tem deixado escapar ou
não dão a devida atenção e visibilidade a bons livros escritos por pessoas
menos conhecidas?
Honestamente?
Não faço ideia, suponho que haja de tudo um pouco.
O que diria a alguém que se estiver a
iniciar como autor?
Lê
muito, obviamente, e lê bem. E se é para escrever que seja por paixão, porque dá
prazer, porque provoca felicidade.
Quais são os seus projectos para o futuro?
Aproveitar
a vida, a minha família, os meus amigos, as minhas paixões, ler muito e
escrever ainda mais. :)
Agradecemos à Sónia por se ter disponibilizado para esta entrevista, assim como por nos ter cedido um exemplar do seu livro! Desejamos-lhe as maiores felicidades e sucesso!
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