segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Opinião / Review- "Station Eleven", Emily St. John Mandel

Synopsis

"An audacious, darkly glittering novel set in the eerie days of civilization's collapse, Station Eleven tells the spellbinding story of a Hollywood star, his would-be savior, and a nomadic group of actors roaming the scattered outposts of the Great Lakes region, risking everything for art and humanity. One snowy night Arthur Leander, a famous actor, has a heart attack onstage during a production of King Lear. Jeevan Chaudhary, a paparazzo-turned-EMT, is in the audience and leaps to his aid. A child actress named Kirsten Raymonde watches in horror as Jeevan performs CPR, pumping Arthur's chest as the curtain drops, but Arthur is dead. That same night, as Jeevan walks home from the theater, a terrible flu begins to spread. Hospitals are flooded and Jeevan and his brother barricade themselves inside an apartment, watching out the window as cars clog the highways, gunshots ring out, and life disintegrates around them. Fifteen years later, Kirsten is an actress with the Traveling Symphony. Together, this small troupe moves between the settlements of an altered world, performing Shakespeare and music for scattered communities of survivors. Written on their caravan, and tattooed on Kirsten's arm is a line from Star Trek: "Because survival is insufficient." (...)"



Opinion

Station Eleven is just my type of book. I love post-apocalyptic stories, and characters whose destiny or past intertwine, sharing connections throughout the story. This book does both, and masterfully.

Besides the fact that it is eloquently written, in an english which is sometimes almost poetic, Station Eleven tells the story of a multitude of different characters, sharing episodes of the beginning of the chrisis that assolates the world, before it, and several years after. All of these characters have something in common, which unravels as the story is told.

This book expresses quite a realistic viewpoint on what would happen if a world-destroying flu devastated society as we know it. It describes an environment in which humans reveal their best and worst, and in which the characters recall what was lost with both nostalgia and sadness, while building something to live for. In every chapter there is a hint of beauty, even in the most horrific scenarios.

My favourite thing about this book is how the story is told in a way in which the reader fills little gaps in the story bit by bit, and slowly gets to know the characters, which are deep and complex, with stories in which their motives, fears and loneliness are revealed. The reader gets to feel some of the desolation of a world without family and friends, without a home or any of the commodities of modern life, and the longing for the past, for an opportunity to gain back some of what was lost. As the Travelling Symphony motto says, "Survival is insufficient", and the characters struggle to do more than survive.

Although I loved the book, I would like to have read more about the Jeevan's story. He is one of the main characters in the beginning of the action, and the reader never gets to know more until much further into the book. It didn't satisfy my curiosity, and I think Jeevan's character could have been better explored. I also think the book had the potential for a much stronger ending. It's a emotionally charged plot, but the way it ends does not make the most of that fact.

That being said, I enthusiastically recommend this novel, especially for those who like books set in dystopian worlds. It it a complex history, filled with beauty, and extremely well written. It undoubtedly deserves the recognition it has been receiving.


Drawn by Nathan Burton

Sinopse

"Uma obra audaciosa, sombriamente brilhante, nos estranhos dias do colapso da civilização, Station Eleven conta a história cativante de uma estrela de Hollywood, do seu suposto salvador, e de um grupo de actores nómadas que percorrem as povoações espalhadas pela região dos Grandes Lagos, arriscando tudo pela Arte e Humanidade. Numa noite de neve, Arthur Leander, um actor famoso, tem um ataque cardíaco em palco, durante uma produção de Rei Lear. Jeevan Chaudhary, um ex-paparazzo transformado em paramédico, encontra-se na audiência, e salta em seu auxílio. Uma actriz infantil chamada Kirsten Raymonde observa em terror enquanto Jeevan faz manobras de primeiros socorros, pressionando o peito de Arthur, ao descer da cortina. Mas Arthur está morto. Nessa mesma noite, enquanto Jeevan vai a pé do teatro para casa, uma terrível gripe começa a espalhar-se. Os hospitais estão cheios e Jeevan e o seu irmão barricam-se no interior do apartamento, observando pela janela enquanto carros entopem auto-estradas, se ouve o disparar de armas, e a vida se desintegra em seu redor. Quinze anos depois, Kirsten é uma actriz com a Sinfonia Viajante. Junta, esta pequena trupe viaja entre povoações num mundo diferente, representando Shakespeare e música para comunidades de sobreviventes espalhadas. Escrita na sua caravana, e tatuada no braço de Kristen, está uma frase de Star Trek: "Porque a sobrevivência é insuficiente." (...)"


Opinião

Station Eleven é mesmo o meu tipo de livro. Adoro histórias pós-apocalípticas, e personagens cujo destino ou passado se entrelaçam, partilhando conexões ao longo da história. Esta obra contém ambos, e de uma forma muito bem conseguida.

Para além do facto de ser eloquentemente escrito, num inglês que é por vezes quase poético, Station Eleven conta a história de variadas personagens, partilhando episódios que vão desde a altura em que uma crise assolou o mundo, visitando momentos ocorridos antes de tal acontecer, e viajando até vários anos depois. Todas estas personagens têm algo em comum, que se vai revelando com o desenrolar da história.

Este livro expressa um ponto de vista bastante realista relativamente ao que sucederia se uma devastadora gripe destruísse a sociedade tal como a conhecemos. Descreve um ambiente no qual o Homem revela o seu melhor e pior, e no qual as personagens relembram o que foi perdido com nostalgia e tristeza, enquanto constroem algo pelo qual viver. Em cada capítulo está presente uma centelha de beleza, mesmo nos cenários mais horríficos.

O meu aspecto preferido nesta obra é a forma como o leitor vai preenchendo pequenos pormenores a pouco e pouco, e lentamente passa a conhecer as personagens, que se revelam profundas e complexas, com histórias nas quais os seus motivos, medos e solidão se revelam. O leitor chega a sentir alguma da desolação de um mundo sem família ou amigos, sem um lar ou as comodidades da vida moderna, e o ansiar pelo passado, por uma oportunidade de ganhar de volta algo que foi perdido. Como diz o lema da Sinfonia Viajante, "A Sobrevivência é insuficiente", e as personagens lutam para fazer mais do que sobreviver.

Apesar de ter adorado o livro, gostaria de ter lido mais acerca da história de Jeevan. É uma das personagens principais no início da acção, e o leitor não sabe mais até muito mais à frente no livro. Não satisfez a minha curiosidade, e penso que a personagem de Jeevan podia ter sido mais bem explorada. Sou também da opinião de que esta obra tinha potencial para um final bastante mais forte. É um enredo com uma carga emocional forte, mas a forma como termina não aproveita ao máximo esse facto.

Tendo dito isto, recomendo entusiasticamente este livro, especialmente para quem gosta de obras que têm como pano de fundo um mundo distópico. É uma história complexa, com momentos cheios de beleza, e muito bem escrita. Merece sem dúvida o reconhecimento que tem vindo a obter.



2 comentários :

  1. Olá!

    Ainda há pouco tempo vi este livro num canal literário norte-americano e fiquei com ele na minha lista de interesses.

    Gostei muito de ler a tua opinião. Agora ainda fiquei mais curiosa.

    Boas leituras.

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    Respostas
    1. Olá Isaura,

      Foi um daqueles livros que, embora se passe num cenário bastante particular, me deixou fascinada a cada virar de página! É muito mais do que uma distopia, não é preciso avançar muito na leitura para nos apercebermos disso. Espero que seja traduzido (e bem traduzido) em breve. :)

      Boas viagens,
      Isabel

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