sexta-feira, 22 de maio de 2015

Opinião - "Por Treze Razões", Jay Asher

Sinopse:

"Naquele dia quando Clay regressou da escola, encontrou à porta de casa uma estranha encomenda com o seu nome escrito, mas sem remetente. Ao abri-la descobre que, dentro de uma caixa de sapatos, alguém colocara sete cassetes áudio, com os lados numerados de um a treze. Graças a um velho leitor de cassetes Clay prepara-se para ouvi-las quando é sobressaltado pela voz de Hannah Baker de dezasseis anos, que se suicidara recentemente e por quem ele estivera apaixonado. Na gravação, Hannah explica os seus treze motivos para pôr fim à vida, que a cada um deles correspondia uma pessoa e que todas elas iriam descobrir na gravação o seu contributo pessoal para aquele trágico desfecho."
Coleção: Noites Claras
Nº na Coleção: 3
Data 1ª Edição: 20/10/2009
Nº de Edição: 1ª
ISBN: 978-972-23-4245-2
Nº de Páginas: 308
Dimensões: 130x200mm

Opinião:

Antes de ler este livro assumi que a história seria sobre Hannah, a rapariga que grava as cassetes em que explica como as 13 pessoas a quem elas são endereçadas contribuíram para a sua decisão de cometer suicídio. Contudo, este livro aborda muito mais do que a história de Hannah. De facto, a história começa com Clay, o rapaz que se encontrava apaixonado por Hannah e que nos apresenta as cassetes que esta deixou. 

Pela sinopse, facilmente poderia ser um livro emocionalmente pesado, de leitura difícil e desconfortável. No entanto, isto não acontece. O autor cria uma história sobre um tema muito complicado de falar, mas extremamente adequado à faixa etária a que é dirigida assim como muito apropriado para pessoas de outras idades. 

Um dos pontos que mais gostei no livro, e que achei de um extremo cuidado do autor, foi a descrição das personagens. Apesar das descrições de emoções e decisões serem sempre claras, trabalhadas e adequadas aos intervenientes, o seu aspecto físico era deixado ao critério do leitor. Assim, as personagens acabavam por se tornar uma qualquer pessoa, na nossa imaginação, tomavam o corpo de quem nos quiséssemos. Isto torna a narrativa mais poderosa, uma vez que acabamos por imaginar provavelmente pessoas que conhecemos, que achamos que de uma forma ou de outra se identificam com o que está a ser contado naquelas páginas. 

A principal mensagem que o autor tenta passar, na realidade, não me parece que seja sobre o suicídio, mas sobre a interacção entre as pessoas que nos rodeiam, e como essas interacções todas juntas contribuem para o estado emocional de alguém. Provavelmente, se apenas fosse revelado uma cassete, não entenderíamos a importância que aquele momento teve. Contudo, uma pessoa não é só um momento, e não sabemos que pedra estamos a derrubar de uma fundação quando dizemos ou fazemos algo maldoso ou agimos com indiferença, e se essa pedra é o alicerce dessa pessoa. Todavia, esta obra também fala sobre a capacidade de bondade, de reconhecer os erros e de melhorar a partir daí, que existe em cada um de nós. 

Jay Asher cria um contraste, que confere um ritmo muito próprio à narrativa, entre as explicações de Hannah e a reacção de Clay quando compreende os motivos que a levaram à decisão que foi tomada por ela. 

Este é um livro com uma mensagem para todos, que vai, de certeza, deixar o leitor a pensar sobre as lições encontradas durante muito tempo.

“You don't know what goes on in anyone's life but your own.”



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