Sinopse:
"Felismino, vive uma vida feliz até encontrar a mulher, morta, na horta de casa. Amava-a muito e a sua perda aprisiona-o, passando a habitar num mundo de sonho e imaginação. O seu filho Edmundo é um simples operário. Mas tem um segredo que esconde às pessoas da sua aldeia: gosta de ler livros. E ama o seu pai, mesmo doente e ausente de tudo.
Um dia, ao ir para o trabalho, Edmundo tem um terrível acidente. Preocupada com a sua ausência, a mulher sai com a filha, ainda pequena, à sua procura. Mas o dia estava frio e tempestuoso e a menina apanha uma pneumonia. Morre dias mais tarde.O mundo de Edmundo entra em colapso. Mas será no lugar mais inesperado de todos que vislumbra o sentido de todas as coisas e compreende o verdadeiro valor do amor, da vida e da amizade.
Quando o Sol Brilha é um regresso ao Portugal da nossa infância, mostrando que nas lições simples da vida reside a esperança que nos move."
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Opinião:
Quando o Sol Brilha é sobre Edmundo, um homem simples de uma terra modesta que, como todos nós, é mais do que parece à primeira vista.
Tenho de confessar que este livro não foi uma leitura fácil. Demorei algum tempo a perceber a forma como o autor narrou os acontecimentos e a entender o seu propósito. De facto, só a partir de cerca do meio do livro é que consegui compreender a linha temporal da história. Por isso, quando pegarem neste livro, lembrem-se que há coisas que só serão compreendidas com o passar das páginas.
Começando por relatar acontecimentos felizes, a narrativa vai, progressivamente, adquirindo um teor mais pesado, algo que já estávamos à espera pelo que é relatado na sinopse. Na realidade, o autor fala e descreve estes temas de forma muito clara e profunda.
Ao longo da leitura transparece, de forma muito evidente, a enorme capacidade que Rui Conceição Silva tem de criar uma história, demonstrando saber usar eximiamente a metáfora para nos fazer sentir o que a personagem está a vivenciar.
Além do mais, relata a vida de pessoas que, apesar de imperfeitas, possuem uma capacidade enorme de perdoar e de amar. Para mim, o herói não foi a personagem principal, mas sim todas as pessoas que o rodeavam, e que fizeram com que fosse possível que este se redimisse dos erros que tinha cometido.
Esta obra aborda vários temas, como a perda,o sofrimento,a dor, o amor e a família. Não é um livro para ler calmamente ao sol. É uma história que exige atenção do leitor, que, em vários momentos, deixará certamente quem a esta a ler incomodado, mas que possuí palavras de grande beleza e maturidade.
"Que mesmo no deserto existem oásis que nos podem salvar. Mas que , para isso, é preciso que tenhamos aprendido a orientar-nos pelas estrelas."
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