quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Opinião "A Hora Solene", Nuno Nepomuceno

Atenção! Quer a sinopse quer a opinião podem sugestionar alguns acontecimentos dos volumes anteriores, no entanto, estas não contêm spoilers directos deste terceiro volume.

Sinopse:

“Lutai, vós, homens de valor. Londres, Reino Unido. 

Numa fria noite de tempestade, um homem é esfaqueado e abandonado na rua. A poucos quilómetros de distância, um terrorista pertencente a uma organização criminosa auto-intitulada O Gótico entrega-se aos serviços secretos. Ao mesmo tempo, um avião sofre um violento atentado ao sobrevoar a Irlanda e um vídeo é enviado à redacção de uma famosa cadeia televisiva.

A intriga acentua-se quando um milionário começa a ser alvo de extorsão. No centro destes acontecimentos, encontra-se André Marques-Smith. Alto funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o espião português é obrigado a protegê-lo. Mas não está sozinho. Foragidos, dois colegas dissidentes regressam e revelam ao mundo a verdadeira génese de um antigo projecto de manipulação genética. E há ainda uma mulher. Em parte incerta, esta enigmática espia de feições orientais poderá ser a chave de todo o mistério. Mas que explicação haverá para o seu desaparecimento? Conseguirão os dois agentes ultrapassar o fosso criado entre eles?

Através de uma viagem frenética por entre os deslumbrantes cenários reais de Moscovo, Londres, Hong Kong, Macau, Praga, o Grande Buraco Azul e Lisboa, os perigos multiplicam-se e André dá por si a lutar pela sobrevivência. Questões sobre ética, moral, religião, família e o valor da vida humana são levantadas. E uma teia de falsas verdades, ilusões e complexas relações interpessoais é desvendada no derradeiro capítulo de uma série policial que já marcou a ficção portuguesa.

Inspirado num discurso de guerra de Winston Churchill, depois de ver o talento confirmado com A Espia do Oriente, revelado ao público através da vitória no Prémio Literário Note! 2012 com O Espião Português, Nuno Nepomuceno apresenta A Hora Solene, a terceira e última parte da trilogia Freelancer. Um romance de espionagem imprevisível, no já característico estilo sofisticado e intimista do autor, onde os valores tradicionais da cultura nacional se fundem com uma abordagem inovadora e única que o irá surpreender.”


Opinião:

Após alguns dias de reflexão, eis que me sentei para escrever esta opinião! Todos sabem que aguardei ansiosamente por esta obra, assim como muita gente! E finalmente o livro chegou cá a casa, trazido por um carteiro muito simpático e que se riu da minha alegria ao ver o envelope a chegar! Escusado será dizer que a minha reacção dentro de casa foi ainda melhor do que fora das portas – desde um abraço ao livro, uns quantos saltinhos, e um valente sorriso parvo! :) Ora, e porque é que me dignei a descrever esta minha reacção? Porque a verdade é que nem todos os autores e nem todos os livros são capazes de provocar esta emoção! Creio que não fui a única a tê-la, o que significa que não sou a única responsável por ela, mas sim o Nuno Nepomuceno! Um autor como poucos, a quem deixo aqui novamente os meus parabéns e o meu sincero obrigada!

Para quem não sabe, A Hora Solene é o terceiro volume da Trilogia Freelancer, uma trilogia repleta de ingredientes muito especiais desde o início até ao fim. E foi graças a estes que fui conquistada. Nunca fui grande apreciadora de espionagem. Aliás, apesar de gostar de livros com acção e mistério, a verdade é que sou um pouco medricas, o que me faz ficar sempre um pouco de pé atrás quando pego num livro ou mesmo num filme do género! No entanto, como sabem, com esta trilogia consegui aguentar o sofrimento e deixar de ser medricas! :) A verdade é que, como já disse na minha opinião do primeiro volume, estes três livros são bem mais do que uma história de espionagem, bem mais do que um espião e uma espia, bem mais do que sangue! Por isso, para quem ainda não os leu, só tenho a dizer: LEIAM!

E agora falo para quem já leu os dois volumes anteriores. É verdade ou não é que o Nuno Nepomuceno nos deixou numa pilha de emoções no final do segundo livro? Não acredito que haja alguém que tenha conseguido ficar indiferente! Apercebi-me ao falar com o autor que houve muita coisa que não disse acerca deste volume na respectiva opinião. Talvez porque não queria escrever nenhum spoiler, porque não queria retirar o prazer que a leitura tem o potencial de dar, porque há coisas que não devem ser ditas antes do tempo. E com isto digo aqui e agora que cheguei à conclusão de que A Espia do Oriente é o meu favorito! Repleto de sentimentos como a confiança, a dúvida e a traição, foi com muita facilidade que me envolvi com as personagens, vivendo e sentindo aquilo que elas estavam a sentir. E foi por causa disso que o fim com que o autor nos deixa foi para mim de certa forma devastador, criando uma enorme vontade de ler o volume seguinte – A Hora Solene. Todos queremos saber porque é que tudo aconteceu.

E aos poucos, ao longo deste livro, é-nos revelado o porquê. E se no fim de A Espia do Oriente eu dizia “Como é que ela foi capaz? Não há NADA que justifique isto.”, a verdade é que dei por mim de coração dividido quando finalmente percebi! E voltei a ouvir as palavras que o Nuno me disse quando o conheci pela primeira vez “Não se preocupe! Tudo será explicado!”. E lembro-me de lhe responder “Mas não estou a ver nenhuma explicação possível”. E disse ele novamente “Não se preocupe! Vai ver! Vou explicar tudo!”

Como em qualquer opinião, tenho medo de revelar algo que não devo. Mas neste caso nem sequer é o medo de revelar, mas sim o não querer revelar. Haverá leitores a iniciar esta leitura sem sequer ler a sinopse. Haverá leitores a iniciar a leitura sem ler nenhuma opinião (o meu caso). Haverá leitores a iniciar a leitura depois de ler a opinião espero! :) E haverá leitores (também como eu) que depois de chegar ao fim, vão ler todas as opiniões! Sim, porque não só foi um prazer ler esta trilogia, como é bom falar sobre ela, ouvir falar dela, ver o que pensamos até nas palavras de outrem!

E tudo o que já disse continua a parecer pouco. Podia falar de imensa coisa: das descrições magníficas de vários locais, das reviravoltas que vão acontecendo, do quão gosto, ou não, das diferentes personagens, mas o meu coração volta sempre ao mesmo lugar - à família, à pessoa humana, à ética, à moral, à confiança, ao amor, à amizade e a todos os alicerces que seguram não só o nosso Espião Português como cada um de nós! :)



Podem também assistir ao trailer oficial de A Hora Solene! :)



Podem ler a minha opinião de "O Espião Português" aqui e de "A Espia do Oriente" aqui.

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