terça-feira, 24 de maio de 2016

Opinião "Carta à mulher do meu futuro", Péter Gardos

Sinopse:

“Em Julho de 1945, depois de sobreviver ao campo de concentração de Bergen-Belsen, Miklós, um jovem húngaro de vinte e cinco anos, é enviado para um campo de refugiados na Suécia. Pele e osso, desdentado, doente, o médico dá-lhe poucos meses de vida. Mas morrer depois de sobreviver a uma guerra não está nos planos de Miklós.

Ele não se sente sozinho. Sabe que há 117 mulheres da sua terra a viver em campos de refugiados na Suécia. Ignorando a sentença de morte da febre que o atormenta todas as manhãs, envia uma carta a cada uma delas. Alguma haverá de sucumbir à sua veia poética e sedutora caligrafia.

A centena de quilómetros, Lili responde. Assim começa uma história de amor redentora e inesquecível entre dois sobreviventes que eram também sonhadores.

Baseada na história real dos pais do autor e narrada a partir das cartas trocadas entre os dois, o romance de Péter Gárdos relembra-nos que o amor é uma força de vida, capaz de vencer a própria morte.”



Opinião

“Carta à Mulher do meu futuro” consiste num relato comovente da vida de Miklós – “um jovem húngaro de 25 anos” e Lili. Depois de sobreviver ao campo de concentração, o médico dá-lhe poucos meses de vida, o que o leva a tomar uma atitude inesperada. Assim, ignorando a sua sentença de morte, este envia cartas a 117 mulheres também a viver em campos de refugiados e doentes, de maneira a encontrar o amor da sua vida – “a mulher do seu futuro”.

E é assim que começa a história destas duas personagens principais. Através da troca de cartas, Miklós e Lili conhecem-se dia após dia, criando uma relação de partilha, amizade e amor. No entanto, como seria de esperar, em 1945 nada era tão fácil como nos dias de hoje. 

Diagnosticado com Tuberculose, que naquela data não possuía nenhum tratamento curativo, e muitas vezes dada como sentença de morte, Miklós é capaz de combater tudo e todos para estar com Lili. Através desta personagem, que arrisca e ignora o seu estado de saúde, o autor transmite-nos uma noção tão presente nos dias de hoje – Nunca é tarde para lutar pelos nossos sonhos.

Não posso dizer que a obra seja perfeita, no entanto, consigo enquadrar as suas lacunas na época em que a narrativa se desenrola. Nos dias de hoje sabemos muito mais sobre a Tuberculose, muito mais sobre a Medicina e muito mais sobre o mundo em que vivemos. E é bonito e comovente ver ou ler sobre os nossos antepassados, sobre o que eram más condições de vida, sobre o que era o sofrimento e sobre o que é lutar verdadeiramente por algo.



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