quarta-feira, 13 de julho de 2016

Opinião "Depuração", Rui Madureira

Sinopse

"Depuração" é uma obra original e surpreendente, onde nem tudo é o que parece...Em pleno auge da sua carreira literária, Diogo Novais muda-se para uma mansão centenária nos arredores da cidade do Porto com a noiva, Anabela. O casal vive feliz na sua nova casa e o futuro parece risonho. Porém, as sombras da tragédia deitam essa felicidade por terra quando Anabela é encontrada sem vida no seu próprio quarto, envolta num mar de comprimidos. Sem a noiva a seu lado, Diogo entra numa espiral depressiva que o impede de prosseguir com a sua vida. Passa a viver isolado do mundo, incapaz de compreender as razões que terão levado Anabela a suicidar-se. Até que um conjunto de estranhos fenómenos começa a perturbar-lhe as noites de sono. No meio das sombras ouvem-se vozes fantasmagóricas e enormes estrondos fazem estremecer a casa que não conseguira abandonar. Tratar-se-á de uma entidade sobrenatural, saída dos infernos para o atormentar? Ou estará Diogo Novais a perder o juízo?"
 
 

Opinião

Este ebook veio parar-me às mãos por acaso, pela gentileza da editora e do autor. Infelizmente, não posso afirmar que a sua leitura me tenha agradado.

O enredo desenrola-se em torno de Diogo Novais, um jovem viúvo, e dos estranhos fenómenos paranormais que se manifestam na casa onde habitava com a esposa antes do seu falecimento. 
 
Foi o primeiro livro do género que li (para além das colecções infanto-juvenis Arrepios ou Triângulo Jota, tendo este um registo bastante mais adulto). No entanto, dei por mim aborrecida, seguindo uma sucessão de descrições de dias e noites, e com elas os ditos fenómenos paranormais, cada vez mais agressivos mas que a certa altura apenas vinham picar o ponto. Esta monotonia foi sendo quebrada com a introdução de novas personagens, mas acabei por nunca chegar a sentir entusiasmo ao pegar no livro, nem mesmo curiosidade perante um final que a partir de certo ponto acabou por ser previsível.

É no entanto notório o empenho do autor em utilizar um português correcto e cuidadíssimo, o que considero um ponto positivo. No entanto, todo este cuidado acaba por se transformar num pau de dois gumes, tornando os diálogos excessivamente formais e por vezes mesmo forçados. Na minha opinião, o ponto forte da obra são as descrições dos lugares. Através das palavras do narrador, facilmente se imagina a casa com o seu vitral, bem como os vários cenários da cidade do Porto escolhidos para pano de fundo.

Ainda assim, não cheguei a apreciar verdadeiramente a leitura. Talvez esta obra seja indicada para alguém que tenha mais afinidade pelos temas paranormais mas, tanto pelo ritmo como pelo tema, não me cativou.
 

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