quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Opinião "Alvorada Vermelha", Pierce Brown

Sinopse

""Alvorada Vermelha" é o primeiro volume de uma trilogia que tem tudo para conquistar a legião de fãs de Os Jogos da Fome. Passa-se numa altura em que a humanidade começou a colonizar outros planetas, como Marte. Darrow é um jovem de 19 anos que pertence à casta mais baixa da Sociedade, os Vermelhos, uma comunidade que vive e trabalha no subsolo marciano com a missão de preparar a superfície do planeta para que futuras gerações de humanos possam lá viver. No entanto, em breve Darrow irá descobrir que ele e os seus companheiros foram enganados pelas castas superiores. Inspirado pelo desejo de justiça, Darrow irá sacrificar tudo para se infiltrar na casta dos Dourados… e aniquilá-los! Vingança, guerra e luta pelo poder num romance de estreia empolgante. «O livro de estreia de Pierce Brown dá continuidade à onda de entusiasmo iniciada por "Os Jogos da Fome", de Suzanne Collins, e "O Jogo Final", de Orson Scott Card.»"

 

Opinião

Com semelhanças inegáveis com "Jogos da Fome", "Alvorada Vermelha" é o primeiro volume de uma trilogia distópica. Relata a história de Darrow, um Vermelho, a classe social mais baixa do Universo construído pelo autor. Vendo-se transformado num Dourado com a ajuda de uma misteriosa organização de rebeldes, Darrow é aceite no Instituto, uma escola/trampolim de ascensão social que acaba se munir de métodos bastante distintos dos de uma escola normal. É neste ponto que se revelam as maiores semelhanças com "Jogos da Fome": num universo distópico, os desafios impingidos por adultos a adolescentes acabam por ter consequências imprevistas. Um constante desejo de desafiar do status quo está patente em toda a obra, mas as raízes nos sistemas políticos do mundo real acabam por se tornar mais notórias neste volume do que na trilogia de Suzanne Collins.

Também o sistema de Castas coloridas torna a leitura mais apelativa. Neste Universo, cada indivíduo pertence a uma cor que desempenha um papel específico na Sociedade: os Vermelhos fazem o trabalho pesado, os Amarelos são os médicos, os Verdes os tecnológicos, os Rosados providenciam entretenimento, os Acobreados são burocratas, os Cinzentos forças da segurança, e por aí além... O topo da pirâmide é ocupado pelos Prateados e Dourados, mas cedo percebemos que a complexidade aumenta com as assimetrias entre indivíduos de cada cor. É uma sociedade que parece estar perfeitamente ordenada e organizada, e o papel de cada um definido desde o nascimento. E é neste mundo imaginado que reside o trunfo da obra, e o que a distingue dos restantes livros do género que pululam nas estantes das livrarias.

Porém, a certa altura senti que a acção se desenrolava demasiado lentamente, que se estendia mais do que o necessário. As voltas e reviravoltas que tiveram lugar durante os meses no Instituto acabaram por chegar a um ponto em que deixaram de me entusiasmar tanto quanto como tiveram início.

Apesar disso, o conceito da trilogia e a sua analogia política empolgaram-me. Tanto que é possível que já tenha cedido à tentação e adquirido o segundo volume da trilogia, para descobrir quem sai vencedor (e como) da luta Darrow Vs A Sociedade...


Sem comentários :

Enviar um comentário