Sinopse:
"O poema haiku não inferioriza nem zomba, não se serve do intelecto, valoriza as coisas pequenas, valendo-se da surpresa e de um reduzido vocabulário, começa ainda antes da primeira letra da primeira estrofe e acaba muito depois da última sílaba da terceira estrofe. É poesia despersonalizada, já quase fora da linguagem comum, nasce no silêncio, atravessa, como um relâmpago, o olhar do contemplador e regressa ao silêncio; e enquanto existiu pareceu durar o tempo de um movimento respiratório. Resultante em grande parte da contemplação da beleza e comportamentos da natureza, este estilo poético assume-se como fenómeno que transcende o pessoal, é puro presente, é um momento suspenso, eterno em si mas que não volta a acontecer. Nele, desaparece a separação observador/observado, para dar lugar à ausência de ego, à manifestação do sublime. No final da breve leitura do poema, o leitor arrisca-se a ser percorrido por um calafrio que não poupará nenhuma célula do seu corpo; talvez o seu olhar se semicerre e se suspenda no seio de um horizonte para além do horizonte visível; talvez assome ao canto dos seus lábios o movimento de um sorriso somente percetível pelo olhar puro das crianças e dos animais.
partamos em viagem
contemplemos a lua
e durmamos ao ar livre!"
Organização e Versão Portuguesa: Joaquim M. Palma Nº páginas: 424 Coleção: Documenta Poetica |
Sobre o autor:
"Poeta e viajante, Matsuo Bashô nasceu em 1644, na pequena aldeia de Ueno, e morreu a 28 de novembro de 1694. De acordo com a sua última vontade, foi sepultado nos terrenos do mosteiro de Gichu-Ji, nas margens do Lago Biwa, perto de Zeze."
Data de Lançamento: 22 de Setembro de 2016
Para mais informações, consulte o site da Porto Editora aqui.
Sem comentários :
Enviar um comentário