quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Opinião “Uma Mulher Respeitável”, Célia Correia Loureiro

Sinopse:

~1831~

Pouco depois de se casar, a sorte do conde de Cerveira sofre um revés. Uma série de infortúnios deixam-no à beira da ruína financeira, e não demora muito para que comece a desconfiar dos intentos da estranha de beleza intrigante que desposou. Perante a dúvida, decide enviar Leonor Sanches para um exílio temporário junto do tio, que ensina no prestigiado Trinity College, em Dublim. Conforme a epidemia de cólera vai ceifando as vidas de cristãos e anglicanos na Irlanda, também o coração de Leonor Sanches se oferece à tragédia.

~1857~

Cinquenta anos depois de perder o seu bem mais precioso para as tropas de Napoleão, Mariana Turner sente que está a um passo de descobrir toda a verdade sobre os acontecimentos de Março de 1809. Novas revelações apontam para que a condessa de Cerveira, encarcerada no Porto, seja a chave para resolver o mistério. Munida de uma determinação inabalável, tudo fará para conseguir deslindar o passado de Leonor Sanches – fidalga e anjo caído.”


Opinião:

Desde que li “A Filha do Barão” que esperava ansiosamente pela sua continuação. Apesar de “Uma Mulher Respeitável” poder ser lido independentemente da obra anterior, não nos podemos esquecer que esta acaba por ser um acrescento à história inicial.

Apesar de já ter lido o primeiro volume há algum tempo, era de facto impossível esquecer-me de Mariana Turner! Neste segundo livro, esta mantém-se uma personagem de grande destaque, tentando descobrir a sua filha perdida.

Como podemos ver na sinopse, estamos mais uma vez perante um romance histórico de extrema qualidade e requinte! Há autores que escrevem tão bem tão bem, que independentemente do rumo que dão à história, fazem com que não nos arrependamos de ler os seus livros. Posso dizer que Célia Correia Loureiro é, sem dúvida, uma dessas pessoas! Com uma escrita maravilhosa, adaptada à época na qual a narrativa decorre, é muito fácil ficar rendida aos seus livros!

No que diz respeito à história em si, apesar de ter gostado bastante, não me conquistou da mesma maneira que “A Filha do Barão”. Penso que “Uma Mulher Respeitável” funciona como um apêndice ou acrescento à história que a autora nos apresenta inicialmente. Apesar de ser efectivamente uma continuação, senti que aquilo que esta acrescentou ao primeiro volume não foi suficiente para mim. No entanto, acho que, se a autora publicar um terceiro volume, me vou lembrar muito bem de uma das personagens mais dramáticas por ela criada neste segundo volume – Leonor Sanches – “Uma Mulher Respeitável”!

A história desenrola-se essencialmente em torno do passado, presente e futuro desta personagem. Desta vez, a autora procede à narração da história de uma forma diferente. Usando os momentos históricos de impacto na vida desta personagem e das que a rodeiam, Célia vai alternando na narração temporalmente entre os anos de 1931 e 1857, o que exige ao leitor uma certa atenção para acompanhar e reter da melhor forma tudo aquilo que esta obra tem para nos dar! Contudo, não considero que esta atenção necessária seja demasiada! Com uma escrita clara e limpa, não houve nenhum momento em que me tivesse perdido na história!

Como já referi acima, esta obra não me conquistou por completo. Por um lado, porque senti que foi apenas um complemento à história inicial, e por outro lado, porque assume um carácter muito trágico do início ao fim! E este último facto tanto poderá agradar bastante o leitor como desiludi-lo! A mim, não me desiludiu, apenas não alcançou todo o seu potencial! Mas como partilhei durante a minha leitura – “É um livro que, independente do fim, será um bom livro” – E é!

Por fim, deixo o meu agradecimento à Marcador Editora, que gentilmente me cedeu um exemplar para leitura e opinião, e deixo mais uma vez os meus parabéns à autora – Célia Correia Loureiro – que volta mais uma vez a não desiludir e a mostrar aquilo de que é capaz!

Que mais posso dizer? :) Leiam! Porque existem muitas relíquias neste nosso país pequenino por descobrir! :)


 
Podem ler a minha opinião de "A Filha do Barão" aqui.

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