Série: Kay Scarpetta #3 Edição: 1998 Páginas: 325 ISBN: 9722323571 |
Sinopse
"Tudo o que resta são corpos em avançado grau de decomposição. Resta sempre também, no local do crime, um misterioso valete de copas.
Na trama está envolvida igualmente uma mulher publicamente conhecida empenhada numa cruzada contra a droga, e um elemento do FBI que esconde provas para proteger alguém importante. Um caso sinuoso para a inquieta Kay Scarpetta desvendar. Mais um policial da autoria de Patricia Cornwell, escrito com surpreendente rigor e veracidade." - in Goodreads
Opinião
"Tudo o Que Resta" é o terceiro romance protagonizado por Kay Scarpetta que leio, e, apesar de não me ter arrebatado, também não desiludiu.
Há uma evolução clara de algumas personagens em relação aos livros anteriores. Ficamos a conhecer mais sobre Benton Wesley, que se estabelece como uma personagem central na vida de Kay, e não apenas um contacto profissional. Apesar de termos presenciado em "Corpo de Delito" a reunião de Kay com Mark James, seu namorado em tempos de faculdade, descobrimos que a médica legista voltou a cair nos mesmos padrões disfuncionais de relações amorosas, e apesar de ainda estar apaixonada por Mark, acaba por se separar do agente do FBI. No entanto, o facto de tanto Kay como o detective Marino estarem a passar por uma separação acabou por aproximá-los ainda mais, e eu já havia falado de como esta amizade é para mim um dos grandes pontos fortes da série. Kay e Marino são um óptimo exemplo de como pessoas com traços de personalidade quase antagónicos podem trabalhar juntas para se melhorarem uma à outra.
A abordagem ao caso também foi um pouco diferente, e, na minha opinião, bem conseguida. Em primeiro lugar, porque entramos no mistério in medias res - tanto o FBI como o Departamento da Polícia da Virginia, Kay incluída, já estão bem familiarizados com os casos, quando esta recebe o telefonema a dizer que "Encontraram mais um..." Ainda assim, não se trata de algo linear, mas antes um novelo com várias pontas. O leitor é levado a explorar várias teorias, até ao último truque que Cornwell guarda na manga.
Como pontos negativos, saliento a inclusão na história de uma "vidente", cuja clarividência em relação a alguns factos nunca é devidamente explicada - a correcção científica que a Dra. Scarpetta insiste em manter em todos os momentos não se coaduna de todo com o não questionamento desta personagem. Para além disso, achei que as revelações finais foram quase despejadas no texto. Há um pormenor interessantíssimo na resolução do caso que quase passa despercebido, quando seria matéria para um plot twist deveras surpreendente.
Globalmente, a série de Kay Scarpetta é uma que me agrada pelos mistérios construídos de forma inteligente e pela importância da patologia forense na sua resolução, e Tudo o Que Resta não fugiu à regra. Continuarei a aventurar-me com Marino pela sala de autópsias da Dra. Scarpetta...
Há uma evolução clara de algumas personagens em relação aos livros anteriores. Ficamos a conhecer mais sobre Benton Wesley, que se estabelece como uma personagem central na vida de Kay, e não apenas um contacto profissional. Apesar de termos presenciado em "Corpo de Delito" a reunião de Kay com Mark James, seu namorado em tempos de faculdade, descobrimos que a médica legista voltou a cair nos mesmos padrões disfuncionais de relações amorosas, e apesar de ainda estar apaixonada por Mark, acaba por se separar do agente do FBI. No entanto, o facto de tanto Kay como o detective Marino estarem a passar por uma separação acabou por aproximá-los ainda mais, e eu já havia falado de como esta amizade é para mim um dos grandes pontos fortes da série. Kay e Marino são um óptimo exemplo de como pessoas com traços de personalidade quase antagónicos podem trabalhar juntas para se melhorarem uma à outra.
A abordagem ao caso também foi um pouco diferente, e, na minha opinião, bem conseguida. Em primeiro lugar, porque entramos no mistério in medias res - tanto o FBI como o Departamento da Polícia da Virginia, Kay incluída, já estão bem familiarizados com os casos, quando esta recebe o telefonema a dizer que "Encontraram mais um..." Ainda assim, não se trata de algo linear, mas antes um novelo com várias pontas. O leitor é levado a explorar várias teorias, até ao último truque que Cornwell guarda na manga.
Como pontos negativos, saliento a inclusão na história de uma "vidente", cuja clarividência em relação a alguns factos nunca é devidamente explicada - a correcção científica que a Dra. Scarpetta insiste em manter em todos os momentos não se coaduna de todo com o não questionamento desta personagem. Para além disso, achei que as revelações finais foram quase despejadas no texto. Há um pormenor interessantíssimo na resolução do caso que quase passa despercebido, quando seria matéria para um plot twist deveras surpreendente.
Globalmente, a série de Kay Scarpetta é uma que me agrada pelos mistérios construídos de forma inteligente e pela importância da patologia forense na sua resolução, e Tudo o Que Resta não fugiu à regra. Continuarei a aventurar-me com Marino pela sala de autópsias da Dra. Scarpetta...
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