domingo, 11 de junho de 2017

Opinião "Por Treze Razões", Jay Asher

 
 

Sinopse

"Naquele dia quando Clay regressou da escola, encontrou à porta de casa uma estranha encomenda com o seu nome escrito, mas sem remetente. Ao abri-la descobre que, dentro de uma caixa de sapatos, alguém colocara sete cassetes áudio, com os lados numerados de um a treze. Graças a um velho leitor de cassetes Clay prepara-se para ouvi-las quando é sobressaltado pela voz de Hannah Baker de dezasseis anos, que se suicidara recentemente e por quem ele estivera apaixonado. Na gravação, Hannah explica os seus treze motivos para pôr fim à vida, que a cada um deles correspondia uma pessoa e que todas elas iriam descobrir na gravação o seu contributo pessoal para aquele trágico desfecho."





Opinião

Por Treze Razões, de Jay Asher, é um livro com uma década de existência que deu agora o salto para as luzes da ribalta, à custa da adaptação para a série homónima da Netflix. 

O argumento é muito simples, Clay recebe um conjunto de cassetes de áudio onde Hannah, destinatário dos seus devaneios amorosos, explica os treze motivos que a levaram ao suicídio, onde nos apresenta as treze pessoas que a foram empurrando até à berma do abismo. E na berma do abismo nem precisamos que nos empurrem mais, de tão fácil que se torna a decisão de saltar. 

Por Treze Razões, não sendo uma obra-prima e sendo na verdade mais um livro sobre adolescentes e para adolescentes, tem uma velocidade inebriante e uma aura de mistério e culpa constantes que nos impedem de abandonar a leitura por muito tempo. Apesar dos muitos lugares-comuns, podem contar com uma narrativa com personagens suficientemente bem construídas para nos apegarmos a elas, e para nos emocionarmos com elas. Além disso, é criada uma atmosfera intensa e intimista pelo facto de ser Clay, a par com a Hannah, a contarem-nos tudo na primeira pessoa.

Mais do que um livro sobre suicídio, é um livro sobre a fina teia que nos une, que põe em evidência como as nossas decisões, ou não-decisões, podem ser catastróficas na vida de alguém sem que façamos ideia, é um livro que aborda frontalmente a questão do bullying, que nem sempre começa com uma ofensa gritante, mas sim com um aparente inofensivo gesto de brincadeira.

A Hannah vem-nos lembrar que nunca sabemos quantas vidas se escondem na vida de alguém, quantas lágrimas se escondem nos sorrisos que nos enganam, quanta tristeza cabe num coração até não caber mais nada além do vazio. A Hannah e o Clay vêm-nos lembrar que nem sempre conseguimos chegar ao outro, por muito que os sentimentos estejam lá, por muito que o caminho esteja lá, às vezes a distância é demasiada. Por Treze Razões vem-nos lembrar que não podemos salvar toda a gente, mas que podemos aprender com os erros. Apesar do desfecho ser conhecido ad initium, o final conseguiu surpreender-me e abraçar-me num apertado aconchego.

Por Treze Razões é um livro bonito, muito adequado à faixa etária, que de uma certa forma me trouxe à lembrança A Lua de Joana da minha adolescência e me fez recordar como em certas fases da nossa existência os livros podem ser bons amigos, mesmo quando são os únicos que temos.



Podem ler ou reler a opinião da Bloguinha Sofia Aqui. Deixo-vos também o trailer da série. 





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