Sinopse
"Considerado a obra-prima de F. Scott Fitzgerald, O Grande Gatsby tornou-se não só um clássico da literatura do século XX, como o retrato mais expressivo da «idade do jazz», em todo o seu esplendor e decadência. Jay Gatsby é o herói que personifica o materialismo obsessivo e o desencanto do pós-Primeira Guerra Mundial."
Opinião
O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, é um belíssimo clássico da literatura que mostra na perfeição que as grandes histórias não precisam de ser contadas num infindável número de palavras.
Peguei neste pequeno grande livro e sem que ele me pesasse quase nada nas mãos veio a pesar-me na alma todo o sofrimento de Gatsby. Apesar de, aquando da leitura, já conhecer as tramas deste romance, pela sua adaptação cinematográfica, a verdade é que isso não impediu que eu me emocionasse, aliás, pelo contrário, sabendo o que iria acontecer, sofri o dobro.
Nick Carraway, amigo de Gatsby e também ele uma personagem sui generis, é o narrador muitíssimo parcial e que nos dá a conhecer a fatalidade trágica em que Jay Gatsby se viu submergido. O protagonista, que se apaixona perdidamente pela encantadora e doce Daisy, é uma alma inquieta, alguém que se sonha muito além dos seus pés, que vive num tumulto constante e turbulento, mas que tenta cobrir-se com um manto de tranquilidade, deixando um rasto quase mágico de solene cordialidade e enigmatismo.
Separados durante cinco anos, Daisy refez a sua vida, porém Gatsby envergando o mesmo fervoroso sentimento por Daisy, e uma vontade inabalável de fazer repetir o passado a todo o custo, planeia ao mais doentio pormenor o tão desejado reencontro. Tudo o resto são as consequências dessa loucura, a de amar de mais, a de amar sem contenção e sem rede. Na verdade, Daisy nunca esteve à altura desse astronómico sentimento, ou melhor nunca poderia ter estado, pela sua condição ordinária, apenas contaminou Gatsby, parasitou-o, foi a “fétida poeira que pairou na esteira dos seus sonhos”.
Para mim este livro é mais que uma história de amor, é sobre algo transcendente, é, se quiserem, sobre o Amor em bruto, sobre a Alma humana. Talvez já tenham encontrado pessoas extraordinárias, pessoas incompreendidas, para quem certos conceitos, como o tempo, são abstrações irrisórias criadas pela necessidade de controlo dos vulgares e comuns mortais. Gatsby dá vida a esses seres, que conseguem construir mil vidas para a sua vida e depois a realidade escasseia em grandiosidade, e é tão-somente aquilo que é. Para almas assim é preferível deixarem-se ficar naquele engano de alma, ledo e cego (Que a fortuna não deixa durar muito), como diria o Poeta.
O estilo de F. Scott Fitzgerald faz-me lamentar que já ninguém escreva assim, assim duma maneira que nos faz sentir como se tivéssemos que ser cuidadosos ao virar as páginas para não deixarmos escapar nenhuma palavra de tão bem que ela está emaranhada no perfeito emaranhado poético e musical. É brutalmente lindíssimo ver as figuras de estilo dançarem subtilmente ao sabor da narrativa.
Não me sinto capaz de fazer qualquer crítica negativa, tudo o que eu possa não ter gostado ou não percebido advém da minha falta de capacidade de compreensão. Por exemplo, o contexto histórico ficou para mim em segundo plano, não o consegui apreciar devidamente, todavia tenho a certeza que o relato do período que se seguiu à I Guerra Mundial, pondo frente a frente a prosperidade americana e o desencanto da bonança ao som do esplendoroso Jazz dos anos 20, poderá fazer as delícias de leitores mais atentos a estas temáticas.
Sem dúvida uma obra que merece o estatuto de pertencer aos grandes romances do século XX.
Separados durante cinco anos, Daisy refez a sua vida, porém Gatsby envergando o mesmo fervoroso sentimento por Daisy, e uma vontade inabalável de fazer repetir o passado a todo o custo, planeia ao mais doentio pormenor o tão desejado reencontro. Tudo o resto são as consequências dessa loucura, a de amar de mais, a de amar sem contenção e sem rede. Na verdade, Daisy nunca esteve à altura desse astronómico sentimento, ou melhor nunca poderia ter estado, pela sua condição ordinária, apenas contaminou Gatsby, parasitou-o, foi a “fétida poeira que pairou na esteira dos seus sonhos”.
Para mim este livro é mais que uma história de amor, é sobre algo transcendente, é, se quiserem, sobre o Amor em bruto, sobre a Alma humana. Talvez já tenham encontrado pessoas extraordinárias, pessoas incompreendidas, para quem certos conceitos, como o tempo, são abstrações irrisórias criadas pela necessidade de controlo dos vulgares e comuns mortais. Gatsby dá vida a esses seres, que conseguem construir mil vidas para a sua vida e depois a realidade escasseia em grandiosidade, e é tão-somente aquilo que é. Para almas assim é preferível deixarem-se ficar naquele engano de alma, ledo e cego (Que a fortuna não deixa durar muito), como diria o Poeta.
O estilo de F. Scott Fitzgerald faz-me lamentar que já ninguém escreva assim, assim duma maneira que nos faz sentir como se tivéssemos que ser cuidadosos ao virar as páginas para não deixarmos escapar nenhuma palavra de tão bem que ela está emaranhada no perfeito emaranhado poético e musical. É brutalmente lindíssimo ver as figuras de estilo dançarem subtilmente ao sabor da narrativa.
Não me sinto capaz de fazer qualquer crítica negativa, tudo o que eu possa não ter gostado ou não percebido advém da minha falta de capacidade de compreensão. Por exemplo, o contexto histórico ficou para mim em segundo plano, não o consegui apreciar devidamente, todavia tenho a certeza que o relato do período que se seguiu à I Guerra Mundial, pondo frente a frente a prosperidade americana e o desencanto da bonança ao som do esplendoroso Jazz dos anos 20, poderá fazer as delícias de leitores mais atentos a estas temáticas.
Sem dúvida uma obra que merece o estatuto de pertencer aos grandes romances do século XX.
Podem ler a opinião da Bloguinha Rosana Aqui.
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