Sinopse
Uma rapariga desaparecida em busca de vingança.Uma investigação alucinante transmitida em podcast.
Um final de cortar a respiração!
O radialista West McCray é contactado por uma desconhecida que lhe lança um apelo: localizar uma rapariga de 19 anos chamada Sadie Hunter. Uma história a que ele dá pouca importância, afinal, o desaparecimento de uma rapariga nada tem de insólito.
Só que Sadie não é uma fugitiva qualquer. Sofrendo de gaguez, abandonada pela mãe, vê o seu mundo desmoronar quando a irmã mais nova é brutalmente assassinada e a polícia mostra-se incapaz de encontrar o culpado. Quererá Sadie fazer justiça com as próprias mãos?
Perante o turbilhão de perguntas sem resposta, West fica obcecado com o caso e inicia um podcast inteiramente dedicado à investigação. O jornalista ruma à cidade natal de Sadie, para seguir de perto o rasto da jovem e desvendar este mistério antes que seja tarde demais. Cada pista revela uma verdade absolutamente chocante?
«Um livro de suspense sobre abuso e violência que abala o leitor.» - Publishers Weekly
«Um thriller inovador para o público jovem adulto, escrito com mestria. Um triunfo!» - Washington Independent Review of Books
Opinião
Sadie é uma leitura, numa palavra, desconfortável. É um thriller que nos perturba até à última página e nos faz pensar por que raio estou a ler isto e a deprimir-me, mas é um livro necessário e uma chamada de atenção para um tema fracturante.
Sadie Hunter, de dezanove anos, é uma rapariga desaparecida em busca de vingança, a sua irmã mais nova foi assassinada e Sadie parte com um desenfreado desejo de ajuste de contas. Sadie e a irmã Mattie, de treze anos, viviam num parque de caravanas num ambiente familiar desestruturado, com a mãe toxicodependente e os seus múltiplos e sucessivos namorados, conhecendo apenas o amor através do carinho de uma vizinha, a May Beth. Desde cedo Sadie percebe que tem de ser o pilar de Mattie e faz dela o seu mundo, a sua responsabilidade e o seu propósito de vida, protegendo Mattie até da verdade sobre a mãe, mesmo quando esta acaba por abandoná-las. Assim, é fácil de perceber como tudo se desmorona para Sadie quando Mattie é brutalmente assassinada.
Após o desaparecimento de Sadie, May Beth pede ajuda ao jornalista West McCrays, que investiga e narra a história num podcast na radio intitulado As Raparigas. Os capítulos alternam entre a perspectiva na primeira pessoa da Sadie com o podcast, apresentando as testemunhas entrevistadas e seguindo os passos e os rastos que a Sadie deixou atrás de si. Nem sempre é fácil empatizar com a protagonista, é como se ela não se aproximasse demasiado do leitor e o seu desespero leva-a muitas vezes a ser imprudente, mas sabemos que ela é boa pessoa e que foi apenas moldada por todas as adversidades, tentando sempre manter a sua cabeça e a da irmã acima do nível da água.
Esta é uma leitura extremamente pesada, agónica e causadora de repulsa. A autora faz um escrutínio ao que há de mais podre na nossa sociedade: o abuso sexual, a toxicodependência, a negligência parental e a pedofilia. Mostra-nos como facilmente quer as vítimas destes flagelos quer os criminosos podem estar ao nosso lado e nós nem damos conta, porque não estamos atentos, e é preciso estarmos atentos.
A escrita de Courtney Summers leva-nos numa leitura rápida, e ainda que o mistério central se desvende muito cedo, não conseguimos largar o livro até o terminar. O final, demasiado aberto para alguns leitores, agradou-me bastante.
Sadie tem muito potencial cinematográfico e adoraria vê-lo passar para o grande ecrã.
Gostei muito.
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