Sinopse:
“Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo.» Com estas palavras - tão célebres já como as palavras iniciais do Dom Quixote ou de À Procura do Tempo Perdido - começam estes Cem Anos de Solidão, obra-prima da literatura contemporânea, traduzida em todas as línguas do mundo, que consagrou definitivamente Gabriel García Marquez como um dos maiores escritores do nosso tempo. A fabulosa aventura da família Buendía-Iguarán com os seus milagres, fantasias, obsessões, tragédias, incestos, adultérios, rebeldias, descobertas e condenações são a representação ao mesmo tempo do mito e da história, da tragédia e do amor do mundo inteiro.”
Opinião:
Foi com grande curiosidade que enveredei na leitura de mais um clássico da literatura. Considerado o livro preferido de muita gente, as expectativas eram grandes. E, a verdade, é que apesar disso não desiludiu!
Cem Anos de Solidão é um livro brilhantemente escrito! Talvez o clássico que mais me prendeu à leitura, sem nunca me ter maçado a escrita pesada muitas vezes associada a este género literário. Trata-se da descrição pura de várias gerações de uma família, descrição essa usando algo que nunca havia visto – o realismo mágico. Fiquei com imensa curiosidade de experimentar leituras do mesmo género e de me debruçar sobre livros aos quais nunca antes tinha pensado dar oportunidade.
A narrativa desenrola-se numa cidade denominada Macondo, cuja localização exacta desconhecemos, e a cada virar de página acompanhamos a evolução da cidade, dos costumes e do conhecimento. Por outro lado, acompanhamos também de perto o destino de todos os membros da família Buendia – uma família muito sui generis, sendo responsável pelo título da obra – Cem Anos de Solidão – cem anos em personagens, pessoas, que apesar das suas vidas diferentes, carregam consigo o destino e o fardo que é a solidão!
Sempre tive receio relativamente à leitura de clássicos, de poesia, de livros diferentes – o receio de não compreender o propósito da obra, a sua lição. No entanto, quanto comecei esta obra, um amigo disse-me “a interpretação é de cada um; talvez nem sempre haja algo para interpretar; o que importa é aquilo que cada livro faz sentir a cada um, e isso não tem de ser igual”. Talvez esta seja a chave para a leitura deste tipo de livros. Em Cem Anos de Solidão não vemos em momento algum comentários / sugestões de interpretação por parte do autor, ficando essa função exclusivamente para nós – leitores. E penso que esta obra tem inúmeras interpretações, lições, ensinamentos para o leitor! É impossível absorver a sua mensagem numa só vez!
Ficou a vontade de conhecer melhor a nossa história, a guerra por que passamos e o seu impacto neste que é o nosso país. Ficou a vontade de perceber mais sobre política, o que move as inúmeras decisões e opiniões partidárias. Ficou a vontade de saber mais sobre a religião, e o seu impacto naquilo que foi o nosso passado e naquilo que é o nosso presente. Ficou a vontade de dar uma oportunidade à psicologia e de compreender os efeitos de várias atitudes no estado neurológico e psicológico de alguém. Foi reforçada a importância daquilo que é a família, os sentimentos, a genética e a transmissão de tudo aquilo que trazemos connosco de geração para geração.
Em suma, foi um livro que deixou a sua marca! Foram palavras que fizeram a diferença não só na forma de lidar com a nossa vida, mas também na forma como encarar a literatura, o conhecimento, aquilo que faz de nós quem somos hoje – o nosso passado, o nosso presente e quiçá o nosso futuro!
Não sou a bloguinha mais amante de clássicos, mas recomendo este, sem reservas, esperando que deixe também a sua marca nos seus futuros leitores! :) Uma obra a reler! :)
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