domingo, 26 de abril de 2020

Opinião "Recomeçar - Again 1 ", Mona Kasten

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Sinopse

Começar de novo - é este o desejo mais profundo de Allie Harper quando parte para Woodshill, no Oregon, para frequentar a universidade e esquecer os fantasmas do passado. Ultrapassada a fase complicada de arranjar um lugar para viver, ela encontra um apartamento que a satisfaz, mas que - o que não estava nos seus planos - terá de ser partilhado com Kaden White, um bad boy tatuado, sensual e arrogante, seu colega universitário . Kaden começa logo por lhe impor uma lista de regras, entre as quais: nós os dois não iremos envolver -nos seja em que circunstâncias for. Ou Allie aceita essas regras ou terá de sair! Para ela, tudo isso parece simples . Quem iria envolver-se com uma pessoa intratável como Kaden? Mas à medida que ela o vai conhecendo, vai-se apercebendo de que, por detrás da rude fachada de Kaden, este esconde segredos amargos. E, para os dois jovens, torna-se cada vez mais difícil ignorar a forte atração que surge entre ambos. Entretanto, as regras começam a esbater-se... 

Opinião

Recomeçar, de Mona Kasten, não se enquadra no género de livros que costumo ler. No entanto, tempos difíceis exigem medidas extraordinárias e por isso estava a precisar de uma leitura leve e fluída, que fosse capaz de me entreter sem exigir muito de mim. Posso dizer-vos que consegui isso tudo na companhia de Allie Harper e Kaden Withe, os protagonistas deste romance.

Allie foge do seu passado e de uma família complicada, e na busca pela sua liberdade e independência, no início da vida universitária, vê-se numa procura desgastante e desesperada por um alojamento. Após várias tentativas infrutíferas acaba no apartamento de Kaden, um bad boy tatuado e sensual, mas completamente arrogante que lhe impõe regras de convivência, nomeadamente, que não se podem envolver.


Portanto, como devem imaginar esta história partindo de uma premissa cliché não se transforma, naturalmente, num grande clássico, mas gostei desta leitura e considero que a autora fez um bom trabalho e acabou até por desconstruir alguns estereótipos. O bad boy que nos apresenta não é assim tão bad boy, é muito mais alguém zangado com o seu passado e a precisar de uma psicanálisezinha. Já a Allie não é a típica caixa-de-óculos desengraçada e semi-assexuada que quer ser popular e conquistar o bad boy – sem ofensa para as pessoas que usam lunetas, como acontece com as minhas pessoas preferidas neste mundo, mas deixem-me usar um bocadinho da minha liberdade poética. Allie era a rapariga popular do seu meio, rica, mas que não era muito feliz, e procura a sua oportunidade para recomeçar do zero. Mas o passado mais do que esquecido, tem de ser aceite.


Dos aspectos menos positivos deste livro, destaco que ele possa ser um bocadinho extenso para história que tem para contar, embora eu goste de conversa de circunstância que permita conhecer as personagens. Por outro lado, é um livro mais indicado para uma faixa etária mais jovem, não me identifiquei com algumas atitudes intempestivas e nonsense das personagens. Gostei da maneira como a autora trabalhou a intimidade entre a Allie e o Kaden, às vezes bate-me uma vergonha alheia a ler certas descrições de cariz sexual que roçam o ridículo, mas neste livro tudo me soou natural e espontâneo.


O final foi conclusivo e por isso este livro vale por ele mesmo, mas fiquei com vontade de ficar mais tempo com a Allie e o Kaden e os seus amigos e, por isso, talvez, venha a ler o resto da série, pelo menos espero que a Editorial Presença a traga até nós.


Foi um livro bem escrito, simples e fofinho, que me fez rir, irritar e suspirar. Quem é que não suspira com um bad boy tatuado, musculado e ar de zangado?


Vá, não mintam. 


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