segunda-feira, 4 de maio de 2020

Opinião " Reencontro no Céu", Mitch Albom

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Sinopse

Eddie tinha 83 anos e muito mau feitio. O que não o impediu de sacrificar a sua vida para salvar uma menina.

Annie nunca mais foi a mesma desde esse dia. O acidente quase a matou, e embora os ferimentos tenham sarado, as cicatrizes permaneceram para sempre. Só quando reencontra Paulo, um amor de infância, é que a felicidade parece estar finalmente ao seu alcance.

Mas o Destino tem outros planos para ela… planos que incluem novamente Eddie. O velhote rezingão vai ajudá-la a compreender o significado da sua vida na Terra e a aceitar os seus erros, pois é através deles que se aprendem as maiores lições. E vai mostrar-lhe também que, por mais insignificante que ela se julgasse, a sua existência era, afinal, de uma importância tremenda.

Belo e tocante, Reencontro No Céu vem complementar As Cinco Pessoas que Encontramos no Céu na perfeição. Trata--se de uma profunda reflexão sobre a vida, plena de esperança e sabedoria.

A tão aguardada sequela de As Cinco Pessoas que Encontramos no Céu. 

Opinião  

Começo por agradecer à Leya por gentilmente ter cedido ao Bloguinhas Paradise o ebook de Reencontro no Céu, um livro que eu queria muito ler por ser a sequela de As Cinco Pessoas que Encontramos No Céu. Li este último há cerca de seis anos e ainda sinto uma calma comoção quando recordo essa leitura.

Esta sequela, apesar de ser um livro de ficção, mantém uma aura muito espiritual e inspiradora, como sucedeu com o livro anterior. Mitch Albom, mais uma vez, partilha connosco a sua perspectiva do que será o céu, um lugar diferente para cada um, por que cada um de nós teve um céu diferente na terra, um sítio onde foi imensamente feliz. Além disso, quando se chega ao céu encontramos cinco pessoas, que de alguma forma influenciaram os caminhos mais ou menos tortuosos que percorremos. Se no primeiro livro conhecemos Eddie, no seu 83º aniversário, e confrontamos-nos com a sua morte ao tentar salvar uma criança, nesta sequela conhecemos essa criança, Annie. E por isso, a falta de originalidade de argumento neste livro, porque é em tudo semelhante ao anterior, é contornada por este reencontro entre os dois protagonistas.

Annie, após o acidente, que bloqueia na sua mente, torna-se uma mulher amargurada e solitária, a infância tumultuosa deu lugar a uma adolescência na rebeldia, sempre escondendo as sequelas físicas do acidente e repudiando a mãe por aquilo que ela representava para ela, a opressão. Várias tragédias assolaram a vida de Annie até a um momento de calmaria em que a conhecemos, no dia do seu casamento com o Paulo, um amor da infância. Pensavam ambos que, como dizem, depois da tempestade vem a bonança, porém saíram da noite de núpcias directos para um desastre. Annie chega ao céu e a sua viagem começa. Uma viagem repleta de lições e sobretudo de perdão, principalmente o perdão que ela precisava para si mesma. Mitch Albom volta a procurar mostrar-nos que a nossa condição humana de seres insignificantes adquire grandeza por todas as vidas se unirem numa teia de encontros e desencontros, de alegrias e tristezas, de coincidências que nos deixariam boquiabertos se as víssemos a todas com a lucidez que o céu impõe. O que vemos nem sempre corresponde à verdade, se possuíssemos visão sobre o grande plano das coisas talvez fossemos mais tolerantes e aceitássemos as decisões dos outros, que também erram mesmo quando acreditam estar a fazer o certo.

Reitero tudo o que disse na minha opinião de As Cinco Pessoas que Encontramos No Céu, que podem ler aqui, porque de forma geral a mensagem, ou as mensagens, de ambos os livros são as mesmas.

Compreendo as críticas negativas a este livro, é de facto demasiado trágico, mas não é algo que me incomode, porque as tragédias são muitas vezes relâmpagos a cair persistentemente no mesmo local, e quem acredita no contrário esteve em poucas tempestades.

Por outro lado, também percebo que seja um livro com muitas “frases feitas” o que irritou muitos bons leitores, todavia Mitch Albom é um autor de bestsellers muito particulares e que exigem do leitor uma aceitação desde início das temáticas abordadas.

Reencontro no Céu é um livro pequeno e comovente, não me tendo tocado tanto como As Cinco Pessoas que Encontramos No Céu não deixa de ser uma leitura que recomendo, principalmente a quem leu a história de Eddie e ficou curioso com o que futuro teria reservado para Annie. 


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