Sinopse
Confuso, inseguro, incapaz de reconhecer a sua própria sensibilidade e fragilidade, Holden percorre nesses dias um intrincado labirinto de emoções e experiências, encontrando as mais diversas pessoas, como taxistas, freiras e prostitutas, e envolvendo-se em situações para as quais não está preparado.
Opinião
Uma agulha no palheiro, de J. D. Salinger, chegou até mim através de um passatempo da página Aleph - Livraria Alfarrabista. Confesso que até a esse momento desconhecia por completo este famoso clássico da literatura americana do século XX, que esteve envolto em várias polémicas, tendo sido inclusive banido das escolas, livrarias e bibliotecas dos EUA devido ao seu conteúdo pouco ortodoxo. Descobri também, durante a leitura, que este livro foi lido por alguns dos mais famosos assassinos da história, como Mark David Chapman, o assassino de John Lennon.Uma agulha no palheiro, é um relato na primeira pessoa de um jovem da burguesia nova-iorquina que foi expulso da escola uns dias antes do Natal, e não tendo coragem para voltar para casa vagueia por Nova Iorque à procura de si mesmo. Holden Caulfield está profundamente deprimido e sozinho, a sua existência sofre com a dualidade de querer manter-se criança e viver na inocência e tornar-se adulto e perceber que o mundo é imperfeito e cheio de idiotas. Por um lado Caulfield é imaturo, não quer assumir as responsabilidades que vêm com a vida adulta, mas ao mesmo tempo fuma, bebe, idealiza relações sexuais. Caulfield vê na infância uma pureza que não é real e se estivermos atentos ao longo do livro são nos dadas varias pistas quanto a isso.
Ao longo da narrativa vamos percebendo os motivos deste sentimento de alienação, no fundo a indefinição da adolescência é maior para Caulfield pela bagagem que carrega consigo. O protagonista está tão cansado e deprimido que não vê as suas qualidades: é generoso, é sensível, é inteligente, apesar de ser preguiçoso – como ele próprio diz é praticamente iletrado, embora leia muito – e tem uma grande capacidade de amar o que nos é mostrado pela sua ligação com a sua irmã Phoebe.
O título em português não faz sentido, The Catcher in the Rye, o título original, está relacionado com uma parte específica e importante da obra, e que nos mostra o medo do protagonista em se tornar adulto. Pelo que se tiverem oportunidade leiam este livro na sua língua original ou tenham em mente o título na língua inglesa.
Este é um livro profundamente triste, é uma viagem que nos cansa, e a partir do momento que empatizamos com Holden Caulfield sentimo-nos tão sozinhos como ele nas frias ruas de Nova Iorque, com a mesma vontade de chorar, de beber, de vomitar.
Um grande livro, um grande clássico!
Já li há alguns anos e lembro-me que gostei bastante na altura. O facto é que me lembro de muito pouco da história. Tenho de reler...
ResponderEliminarOlá Kassie :)
ResponderEliminaré um livro muito intenso mas que ao mesmo tempo se lê muito bem (diferente de outros clássicos que exigem muita concentração por exemplo).
Gostei mesmo, gosto de livros sobre pessoas :)
Boas viagens,
Tomé