segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Opinião - "O Centenário que Fugiu Pela Janela e Desapareceu", Jonas Jonasson

Sinopse

"Um romance hilariante e um fenómeno internacional de vendas a ler sem qualquer moderação!

No dia em que Allan Karlsson celebra 100 anos, toda a cidade o aguarda para uma grande festa em sua honra.
Mas Allan tem outros planos... Morrer de velho? Sim, mas não ali!
Munido de um par de chinelos gastos, joelhos empenados e uma ousadia tremenda, Allan lança-se numa extraordinária aventura, arrastado numa torrente de equívocos e golpes de sorte.
E ao mesmo tempo que acompanhamos a sua última viagem (ou será que não?), conhecemos o seu passado, perdido entre guerras, explosões e mulheres fatais - qual delas a mais perigosa!
Uma estreia literária impressionante que conquistou centenas de milhares de fãs."

Opinião

O Centenário Que Fugiu pela Janela e Despareceu atraiu-me exactamente pelo título, prendendo-me a atenção numa ida à FNAC. E a questão é que não poderia ter um título mais apropriado ao tipo de obra que é, e que mais aguçasse a curiosidade do leitor.

Conta a história de Allan Karlsson, um centenário, que resolve um dia fugir pela janela do lar de idosos onde reside. No entanto, Allan é tudo menos um pobre idoso, e a narrativa leva-nos não só pelas peripécias da sua fuga, como também conta todas as aventuras que viveu até aos 100 anos - e pode dizer-se que viveu uma vida atribulada!


Penso que o grande trunfo desta obra é a influência nórdica, fruto da origem do autor. Confesso que até agora só tinha lido policiais de autores nórdicos, mas nesta obra é notória a mesma forma desprendida e descomplexada com que aborda alguns assuntos mais macabros. A diferença é que Jonas Jonasson injecta nesses assuntos uma generosa dose de humor, pelo que dei comigo a rir às gargalhadas de questões como abortos de vacas. Este tipo de humor um tanto ou quanto macabro está presente ao longo de toda a obra, e funciona na perfeição.

O autor leva-nos também por uma viagem pela História Mundial, sendo que Allan acaba por se cruzar (feliz ou infelizmente) com um grande rol de figuras políticas e assumir um papel importante nos bastidores de numerosos acontecimentos historicamente cruciais.

Também as personagens com que se cruza durante a fuga são interessantes, sendo que também os seus passados têm muito que se lhe diga, e o autor aproveita-as para enriquecer ainda mais a história, sempre com um tom cómico e irónico. Ao longo do livro, vão-se juntando a Allan, formando progressivamente um grupo bastante peculiar.


Tenho apenas um aspecto a apontar que não me agradou tanto: o facto de a forma como a história é contada se tornar um pouco repetitiva. A partir de um certo ponto, os capítulos do presente alternam-se com os do passado, sendo que os últimos passam a funcionar um pouco como um desfile de personagens históricas em situações improváveis. No entanto, num livro com um tom cómico como este é compreensível que assim seja, de forma a que acção seja mais dinâmica.

Apesar disto, gostei bastante da obra, que marca pela diferença. Aguardo a oportunidade de ler mais títulos do autor, que prima pela criatividade e pelo apurado sentido de humor, que resulta muito bem numa narrativa como esta.

(O Centenário que Fugiu Pela Janela e Desapareceu foi já adaptado para o grande ecrã numa produção sueca, origem das imagens utilizadas para ilustrar este artigo)


2 comentários :

  1. Viva,

    Bem deve ser um livro divertido e que vale a pena ler, sem duvida que o titulo chama a atenção ihih

    Bjs e boas viagens

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    1. Olá Fiacha,

      É sem dúvida muito divertido. Não me recordo de rir tanto em voz alta com nenhum livro como ri com este. :)

      Boas viagens,
      Isabel

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