Viva!
Hoje não partilhamos com os nossos leitores uma opinião... mas sim duas! A obra em questão foi oferecida a duas Bloguinhas (uma em formato físico, a outra em e-book) pelo seu autor, e como ambas tinham reflexões próprias sobre o livro, achámos que o melhor seria um post em colaboração.
(Resolvemos ainda incluir a tradução para inglês das nossas opiniões, pois o livro não foi ainda editado em Portugal.)
Aparte feito, aqui fica a obra que vos gostaríamos de dar a conhecer.
Hello!
This is a double first for us - our first bilingual review, as well as the first done by two of us. Dream Student was kindly given to us by the author (both in paperback and ebook formats).
Without further ado, here's the work we'd like to share with you.
Hello!
This is a double first for us - our first bilingual review, as well as the first done by two of us. Dream Student was kindly given to us by the author (both in paperback and ebook formats).
Without further ado, here's the work we'd like to share with you.
Edição: 2014
Páginas: 287 ISBN: Goodreads: mais informação aqui. |
Sinopse / Synopsis
"What would you do if you could see other people’s dreams? If you could watch their hidden fantasies and uncover their deepest, darkest secrets…without them ever knowing?
Sara Barnes is about to find out. She thought that all she had to worry about was final exams, Christmas shopping and deciding whether she likes the cute freshman in the next dorm who’s got a crush on her.
But when she starts seeing dreams that aren’t hers, she learns more than she ever wanted to know about her friends, her classmates…and a strange, terrifying man whose dreams could get Sara killed.
“Dream Student” is the thrilling first installment of the Dreams series."
Opinião / Review - Tomé
Dream student, o primeiro livro da série Dreams, tem como personagem principal Sara Barnes, uma rapariga de idade aproximada à minha e que, tal como eu, quer ser médica. É uma jovem que podemos incluir na abrangente categoria do normal, e que, por isso, poderia ser eu, a minha melhor amiga, a minha vizinha do lado. Por estes motivos, foi-me muito fácil empatizar com a protagonista.
E é a esta rapariga vulgar que acontece algo de extraordinário: Sara consegue ver os sonhos das outras pessoas, quando adormece não se fica pela exploração do seu subconsciente, mas vagueia, involuntariamente, pelas fantasias escondidas, pelos medos mais secretos e pelas intenções mais horrendas que povoam os sonhos de pessoas mais ou menos próximas de si. E se alguns sonhos são apenas desagradáveis por se tratarem de uma tão íntima invasão da privacidade, outros são verdadeiros pesadelos, completamente perturbadores e descritos de tal forma que sentimos o desespero e a incapacidade que Sara sente, e isto foi o que eu mais apreciei neste livro.
E é a esta rapariga vulgar que acontece algo de extraordinário: Sara consegue ver os sonhos das outras pessoas, quando adormece não se fica pela exploração do seu subconsciente, mas vagueia, involuntariamente, pelas fantasias escondidas, pelos medos mais secretos e pelas intenções mais horrendas que povoam os sonhos de pessoas mais ou menos próximas de si. E se alguns sonhos são apenas desagradáveis por se tratarem de uma tão íntima invasão da privacidade, outros são verdadeiros pesadelos, completamente perturbadores e descritos de tal forma que sentimos o desespero e a incapacidade que Sara sente, e isto foi o que eu mais apreciei neste livro.
Gostei também da amizade genuína entre Sara e Beth e simpatizei com esta última, dotada de um sentido de humor apurado, possuidora de bom coração e com uma bagagem de loucura q.b..
O que eu não gostei? Bem, eu odiei totalmente o romance entre a Sara e o Brian. Para mim, pouco apreciadora de excessivos romantismos melosos, foi tudo inesperado e irreal, a própria Sara estava constantemente a afirmar não se sentir ela própria e que o amor à primeira vista era algo estranho para ela. O facto de ela se debater com as questões que mais que incomodaram apaziguou um bocadinho o meu descontentamento com esta história de amor, na qual os diálogos nem sempre me soarem verosímeis. Em poucas palavras, tudo muito rápido e desproporcionalmente intenso entre duas pessoas praticamente estranhas. Mas o mais gritante neste quadro é o Brian ser perfeito, em toda a narrativa é um namorado exemplar.
Há algumas referências que eu não entendo, mas é algo que acontece em todos os livros cuja acção se passa em outro tempo. E foi agradavelmente estranho olhar para um passado não tão distante e ver as dificuldades de, por exemplo, não ter um telemóvel. Neste caso, ainda bem que não tinham, evitou-se assim todo um conjunto de untuosas conversas que teriam como interlocutores Sara e Brian e que certamente ocupariam meia centena de páginas.
A escrita muito simples torna o livro fácil de ler, talvez de leitura mais penosa na parte mais intermédia, pela pouca velocidade e acção. Não poucas são as páginas em que não se passa nada além da passagem do tempo, e a descrição do quotidiano de Sara, que inicialmente permite conhecê-la e mostrar a banalidade do seu dia-a-dia, vai-se tornando aborrecida por ser demasiado detalhada.
De uma forma global, a premissa é surpreendente, o tema é-me muito querido e fascinante, tinha grandes esperanças que depois do sucesso do filme A Origem houvesse um boom de livros e filmes baseados nesta temática e, por isso, quando o autor amavelmente me cedeu a versão e-book do Dream Student comecei logo a lê-lo. A capacidade de estar no sonho de outra pessoa é completamente insana e se ao adormecer nos apercebêssemos que não estamos sozinhos com a nossa mente provavelmente ficaríamos horrorizados e a um paço de cair na falésia da loucura, e é o que acontece à Sara em algumas ocasiões.
Eu acredito que é uma grande ideia e é por isso que honestamente pressinto que a série Dreams terá um enorme sucesso com grandes potencialidades de adaptação cinematográfica, eu pelo menos gostava de ver.
Li este livro maioritariamente nas minhas viagens de autocarro, espreitando pelo canto do olho para as pessoas à minha volta e questionando-me que sonhos as atormentam ou deliciam quando se deixam cair no sono. Tenho de confessar que tive um sonho bastante estranho enquanto lia esta obra e por isso admito que o meu subconsciente a aprovou e fica à espera dos próximos capítulos e na expectativa que o cheirinho a policial que senti neste livro adquira maior intensidade.
"Há uma palavra para os sonhos que são piores do que os pesadelos? Deveria haver."
Dream Student is the first book of Dreams series, whose main character is Sara Barnes, a girl of approximately my age and who, like me, wants to be a doctor. She’s a young woman that we can include in the comprehensive category of normal, and therefore could be me, my best friend, my next-door neighbor. For these reasons, it was very easy, for me, to empathize with the protagonist.
And this is the ordinary girl to whom something extraordinary happens: Sara can see the dreams of other people, when she falls asleep she’s not just exploring her own subconscious, but involuntarily wandering hidden fantasies, the most secret fears and the most horrendous intentions in the dreams of people more or less close to her. And if some dreams are just nasty because they are such an intimate invasion of privacy, others are truly nightmares, disturbing and thoroughly described in such a way that we feel the hopelessness and the powerlessness Sara feels, and this was what I liked best about this book and what I enjoyed most reading.
I also liked the genuine friendship between Sara and Beth and I sympathized with the latter, equipped with a keen sense of humor, possesser of a good heart and a hint of madness.
What didn’t I like? Well, I totally hated the romance between Sara and Brian. For me, who’s little fond of excessive sappy romanticism, it was all unexpected and unreal, Sara herself was constantly claiming that she didn’t felt like herself and that love at first sight was something strange to her. The fact that she struggled with the issues that bothered me most appeased my dissatisfaction with this love story a little, in which the dialogues not always sounded plausible to me. In a nutshell, all happened very fast and disproportionately intense between two almost strangers. But the most striking in this picture is the perfect Brian, in the whole narrative he is an exemplary boyfriend.
There are some references that I don’t understand, but it is something that happens in all the books whose action takes place in another time. And was pleasantly weird to look at the not so distant past and see the difficulties, for example, of does not have a phone. In this case, I'm glad they didn’t, so we avoided a whole set of unctuous conversations that would have as interlocutors Sara and Brian and that certainly would occupy fifty pages.
A very simple writing makes the book easy to read, perhaps more painful reading at the middle part, because of the low speed and action. There are few pages in which nothing happens beyond the passage of time, and the description of everyday life for Sarah, who lets initially meet her and show the banality of his day-to-day, become boring because it was too detailed.
Holistically, the premise is amazing, the subject is very dear to me and fascinating, I had high hopes that after the success of the movie Inception it would occur a boom of books and movies based on this subject and therefore when the author kindly gave me the e-book version of the Dream Student I immediately started reading it. The ability to be in someone else's dream is completely insane and if when we fall asleep we realize we were not alone with our mind we would probably be horrified and really close to fall on the cliff of insanity, and this was what happened to Sara sometimes .
I believe it is a great idea and that’s why I honestly envision that Dreams series will have a huge success, with great potential for film adaptation, at least I would like to see.
I read this book mostly on my bus trips, peeking out of the corner of the eye to the people around me and questioning myself what kind of dreams torment or delight them when they fall asleep. I have to confess that I had a very strange dream while reading this book and so I admit that my subconscious approved it and is waiting for the next chapters with the expectation that the little smell of a mystery book that I felt in this book became more intense.
"Is there a word for dreams that are worse than nightmares? There should be."
Opinião / Review - Bárbara
Comecei este livro sem grandes expectativas, pois apesar de
achar a premissa bastante interessante, a sinopse em si não me despertava
grande curiosidade.
(Eu sei que parece que ando numa demanda incessável contra
as sinopses e prefácios, mas é apenas coincidência!)
Ao começar a leitura, somos de imediato introduzidos aos
sonhos de Sara e Brian, as personagens principais, e à estranheza de
observarmos um sonho alheio. Sara não se apercebe de imediato que tal acontece,
e para o leitor também não é perfeitamente óbvio, apesar de haver algo de
extremamente intrigante na narrativa.
Sara é uma personagem com quem é fácil criar empatia, é uma
rapariga normal cujo maior problema até então é manter a média da faculdade
para poder entrar em medicina (o sistema de educação superior norte-americano
também me causa alguma espécie, mas consegui ignorá-lo durante a maior parte da
história). Sara descreve-se como introvertida, mas não necessariamente tímida -
festas não são o seu ideal de diversão, mas deixa-se arrastar para uma de vez
em quando pela sua melhor amiga e colega de quarto, Beth.
Dei por mim a duvidar se Beth e Sara seriam amigas se não
vivessem juntas, por terem personalidades e interesses tão distintos, mesmo que
a personalidade de Sara se vá moldando durante o livro para adquirir algumas
qualidades mais próprias de Beth.
Tudo muda quando Sara começa a ter pesadelos que envolvem
crimes terríveis, e se apercebe de que o que vê enquanto dorme pode estar
realmente a acontecer. Apesar de ser difícil para ela lidar com este facto,
lida com o assunto de forma que acho pouco natural. Pessoalmente, recorreria
rapidamente aos serviços de Neurologia ou Psiquiatria mais próximos.
O romance entre Sara e Brian pode ser considerado por muitos
cliché, mas não deixei de apreciar as descrições de Sara dos seus sentimentos,
especialmente quando se conhecem. Apesar de acontecer um pouco depressa de
mais, penso que o quotidiano da sua relação é normal. Incomoda-me, mais que a
relação em si, o facto de Brian ter muito pouca personalidade. A sua idade e
inexperiência (é 3 anos mais novo que Sara) são desculpa para muita falta de
iniciativa, sendo que a sua vida passou a ter apenas dois grandes focos: os
estudos e Sara. O mesmo não aconteceu com esta. Brian é uma personagem muito
desinteressante, e mesmo tendo gostado de ler o romance tal como acontecia na
mente e no coração de Sara, pareceu que este só existia em toda a sua
complexidade para ela. Como pode uma relação ser credível quando um dos
elementos é personagem principal e outro figurante?
O livro ganhava muito, na minha opinião, se tivesse sido
mais explorado o mistério dos crimes testemunhados por Sara, e menos o seu
quotidiano vivendo com os sonhos. Gostaria que Sara, Beth e Brian tivessem sido
mais pro-activos desde o início.
Fiquei com alguma curiosidade em relação à sequela, e de como
este “poder” vai influenciar Sara no curso de medicina. Uma enfermaria não tem
de ser um local desagradável, mas a doença é sem dúvida um momento de
fragilidade na vida de alguém, podendo trazer ao de cima os nossos medos e
ansiedades. Poderia Sara ajudar os doentes melhor por ver os seus sonhos? Ou
seria uma tremenda sobrecarga emocional para a jovem? Penso que este seria um
ponto muito estimulante a explorar.
I started
this book without great expectations, because although the premise seemed very
interesting, the synopsis itself did not arouse my curiosity.
When we
begin reading, we are immediately introduced to the dreams of Sara and Brian,
the main characters, and the strangeness of observing another person's dream.
Sara does not realize immediately what is happening, and it isn’t perfectly
obvious to the reader as well, although there is something very intriguing in
the narrative.
Sara is a
character with whom it is easy to empathize, a normal girl whose biggest
problem to date is to keep her college grades up in order to enter medical
school (the American higher education system bothers me a bit, but I could
ignore it for the most part). Sara describes herself as an introvert, but not
necessarily shy - parties are not her ideal of fun but she ocasionally allows
herself to be dragged to one by her best friend and roommate, Beth.
I found
myself doubting whether Beth and Sarah would be friends if they didn’t live
together, due to the fact that their personalities and interests were so
different, even if the Sara’s personality is molded throughout the book to
approach Beth’s a little bit.
Everything
changes when Sarah begins to have nightmares involving heinous crimes, and she
realizes that what she sees while sleeping can actually be happening. Although
it was difficult for her to deal with this fact, the way she does it feels
unnatural to me. Personally, I would’ve gone to the nearest Neurology or Psychiatry
clinics as soon as possible.
The romance
between Sara and Brian may be considered cliché by many, but I did not fail to
appreciate Sara’s description of her feelings, especially when they meet.
Although it all happens way too fast, I think the everyday of their
relationship is quite normal. What really bothers me, more than the
relationship itself, is the fact that Brian has very little personality. His
age and inexperience (he's 3 years younger than Sara) seem to excuse for his
lack of initiative; his life began to revolve around two things: his studies
and Sara. The reverse isn’t true. Brian is a very uninteresting character, and
even having enjoyed reading their romance as it happened in the mind and heart
of Sara, it seemed that it only existed in all its complexity for her. How can
a relationship be credible when one of the elements is the main character and the
other an extra?
The book
would have profited, in my opinion, had the mystery of crimes witnessed by Sara
been further explored, and less her everyday living with the dreams. I wish
Sara, Beth and Brian had been more proactive from the start.
I was left
curious about the sequel, and how this "power" will influence Sara over
the course of med school. An infirmary does not have to be an unpleasant place,
but being ill is undoubtedly a moment of weakness in one's life, and it can
bring out our fears and anxieties. Could Sara help patients by witnessing their
dreams? Or would it be a tremendous emotional burden for her? I think this
would be a very exciting plot point to explore.
Bem devo de dizer que despertaram o meu "apetite" pelo conteúdo do livro, no entanto faz me lembrar de uma serie que eu li e que amo chamada Sonhos em que a protagonista tinha o mesmo problema de sonhos
ResponderEliminarOlá Patrícia :)
EliminarAinda bem que ficaste curiosa :)
Eu não conheço mais livros da temática, mas é sem dúvida um universo a explorar! De que autor/a é a série que falas?
Boas viagens,
Tomé