Preciso de tempo
Para me entreter,
Só eu e o meu pensamento,
A procurar não pensar.
Só me dá trabalho,
E a tristeza
É o meu salário.
Quando os pensamentos brotam
E as palavras não saem
Sinto-me agoniada.
Sinto que não há nada
Que os faça partir,
Livres,
Para o reino do Rei Esquecimento.
(Nunca nos demos.)
São contínuos e são insinuantes.
São gritantes
Em mudos ouvidos.
(O pior surdo é o que não ouve a si próprio.)
Quando me invadem pensamentos,
Sem que antes os possa travar,
Sento-me e penso,
Sinto-me, e penso:
Odeio pensar!
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