Sinopse:
“Quando D. João tece a união da
sua única filha, Mariana de Albuquerque, com o seu melhor amigo - um inglês que
investiga o potencial comercial do vinho do Porto -, não prevê a espiral de
desenganos e provações que causará a todos. Mariana tem catorze anos e Daniel
Turner vive atormentado pela sua responsabilidade para com a amante. Como se
não bastasse, o exército francês está ao virar da esquina, pronto a tomar o
Porto e, a partir daí, todo o país. No seu retiro nos socalcos do Douro,
Mariana recomeça uma vida de alegrias e liberdade até que um soldado francês,
um jovem arrastado para um conflito que desdenha, lhe bate à porta em busca de
asilo. Daniel está longe, a combater os franceses, e Gustave está logo ali, com
os seus ideais de igualdade e o seu afeto inabalável, disposto a mostrar-lhe
que a vida é bem mais do que um leque de obrigações.”
1809. Num Portugal
invadido só o amor poderá unir o que os homens dividem. A Filha do Barão: uma
história de amor que atravessa fronteiras; um romance histórico com alma
lusitana.
Opinião:
“A Filha do Barão” foi o primeiro
romance histórico que me atrevi a ler. E confesso que foi uma óptima escolha
para começar. Tenho vindo a ler com mais frequência livros de autores
portugueses. No entanto, a verdade é que nunca nenhum dos que li me lembrou tanto
o que é ser português e o quão bom é sê-lo. No fim da leitura deste livro,
ficou em mim uma sensação de orgulho e de agradecimento para com a Célia
Loureiro. E vou reforçar o que nos diz a sinopse deste livro: aqui têm “um
romance histórico com alma lusitana”.
Falando do livro em particular,
sendo um romance histórico, temos como palco Portugal aquando da invasão
francesa. Claro que não vou aqui dar uma lição de história, até porque não
tenho conhecimentos suficientes para tal. Já a Célia tem-nos. Em todo o livro
conseguimos sentir a grande pesquisa nele envolvida e a veracidade dos
acontecimentos em cada descrição. Desde os franceses aos ingleses, à fuga da
monarquia portuguesa, aos tradicionais casamentos arranjados, às diferenças
sociais, foi tudo muito bem pensado e contado.
Claro que à história não podia
faltar o amor, a amizade, a felicidade, a tristeza, a traição e, mais
importante ainda, o perdão: sentimentos tão nossos. Confesso que ao longo da narrativa senti-me
muitas vezes a “Mariana” :). Ficou em mim a esperança de o amor surgir de onde
menos esperamos, como menos esperamos. E aqui sinto-me aprisionada, porque
se falar um pouco mais vou inevitavelmente fazer spoilers a alguém e não me
perdoaria. Só consigo dizer que já não me lembrava de ler algo tão rico. E não,
não é nada visível, e ainda bem que não o é. Está tudo por detrás de cada
palavra, de cada suspiro e de cada descrição de Célia Loureiro.
No que diz respeito às
personagens, a autora conseguiu também aquilo que mais prezo num livro: a
empatia para com as mesmas, sem excepção. Não sei como o fez. Acho
que já li em alguma opinião que a Célia tem um dom, e acho que não poderia
concordar mais. É como se nos levasse a cada página por que passamos,
despertando em nós sentimentos de amizade, compaixão, tristeza, ódio e até
compreensão. É incrível como é que no início conseguia não gostar de alguma
personagem e cheguei ao fim com um sentimento de compreensão e carinho para com
ela. Tive pena de não conhecer ainda melhor Gustave, apesar de tudo. Sinto que
me faltou isso. No entanto, provavelmente foi culpa minha, uma vez que fui
devorando rapidamente as últimas 200 páginas :). Certamente um dia irei reler e
saborear novamente esta grande obra.
Arrisco-me a dizer que esta é uma
obra perfeita: repleta de uma escrita brilhante, sentimentos maravilhosos e de
uma história real e bem fundamentada. Sendo sincera, durante a leitura dei por
mim a comparar a autora com Jane Austen. Para quem leu a minha opinião ao livro
“Orgulho e Preconceito” sabe que este é dos maiores elogios que posso dar a
Célia Loureiro. Em “A Filha do Barão” temos igualmente uma escrita de requinte,
cuidada, intemporal, e com um característica só sua: a alma lusitana.
Citando a Carina Rosa, também eu
concordo que a esta narrativa “não falta nada, nem uma boa escrita, nem
interesse e emoção”.
Fiquei a saber que o livro terá
continuação e espero por ele ansiosamente. Deixo aqui os meus parabéns à Célia,
não só pela grande obra que escreveu, mas também por tudo aquilo que conseguiu
transmitir com ela. E claro, como não poderia deixar de ser, os meus sinceros
agradecimentos à Marcador Editora que tão gentilmente me cedeu este belo livro.
Por fim, sinto que muito ficou
por dizer, no entanto, espero ao longo desta opinião ter conseguido transmitir um
pouco da marca que “A Filha do Barão” deixou em mim.
Fiquei curioso. Pese embora nos últimos anos e ainda hoje eu me sinta perturbado com o que é hoje a "alma lusitana". É que hoje é hoje e ontem é ontem, e tudo deve ser presente e não apenas uma figura de estilo literária. Confesso que me sinto frequentemente ressentido. Mas, relativamente ao livro, fiquei mesmo interessado e dar uma olhadinha :)
ResponderEliminarOlá Rui :)
EliminarA verdade é que por muito que queiramos que o passado seja presente, este não deixa de ser passado. Muita coisa muda com o tempo, mas sem dúvida que há coisas que ficam. Não só na história, mas em cada um de nós. :)
Boas viagens,
Rosana
Olá,
ResponderEliminarTal como tu também não leio muitos romances históricos mas gostei dos que li.
É sempre bom aprender-mos ou relembrar mais um pouquinho sobre o nosso passado.
Ainda não li este livro mas estou a ver, pela tua opinião, que vou ter de acrescentar-lo à minha lista para comprar.
http://miniestanteliteraria.blogspot.pt/
Bjos
Olá :)
EliminarAcho que deves! Espero que não te desiludas :).
Boas viagens,
Rosana
Depois de ler a entrevista e a opinião, tenho mesmo de ter esta obra, pois já vi que tanto eu como o meu companheiro vamos gostar, o que é raro :)
ResponderEliminarOlá :)
EliminarConfesso que é muito bom ver que ler a minha opinião te fez querer ler o livro :). Espero que não te desiludas. Fico à espera depois da tua opinião. :)
Boas viagens,
Rosana
Essa história parece ser incrível, quero muito ler.
ResponderEliminarObrigada pela opinião que despertou imenso a minha curiosidade :)
CriArte a Ler
Olá :)
EliminarFico contente por ter despertado a tua curiosidade. Tenho vindo a ler mais autores portugueses, e chego à conclusão que andava a perder muito ao não ler :).
Boas viagens,
Rosana