Sobre a autora:
"Tânia Ganho nasceu em Coimbra, onde estudou e deu aulas de tradução como assistente convidada da Universidade. Depois de ter feito legendagem de filmes durante vários anos e de ter passado pela redação da SIC como tradutora de informação, decidiu dedicar-se exclusivamente à literatura. É tradutora de autores como David Lodge, Ali Smith, Rachel Cusk, Chimamanda Ngozi Adichie, Annie Proulx, Abha Dawesar, Jeanette Winterson e Anaïs Nin, entre muitos outros. Tem já publicados os romances A Vida sem Ti, Cuba Libre, A Lucidez do Amor e A Mulher-Casa, estes últimos na Porto Editora."
Entrevista:
Quando é que começou a escrever?
Aos doze anos comecei a escrever poemas, contos e diários. Os poemas eram muito maus e naturalmente desisti deles; com os contos ganhei um prémio literário; os diários acompanharam-me até aos vinte e poucos anos, altura em que os queimei.
Sempre se dedicou à escrita? O que a fez começar a escrever?
Lembro-me de passar horas, quando andava no jardim-escola, a escrever contos de fadas num caderno, que depois dava à mãe da minha melhor amiga para ela os corrigir. A minha relação com o mundo passou sempre pela escrita, pelo uso da escrita como mediador entre mim e a realidade, como se as coisas e os sentimentos só se tornassem reais depois de transformados em palavras e frases no papel.
Qual é o primeiro livro que se recorda de ler?
Um livro de contos tradicionais que me ofereceram num aniversário.
Qual é o próximo livro na sua lista de leitura?
O livro mais recente da Rachel Cusk.
Quais são os seus livros preferidos? E autores?
Os diários de Anais Nin, os diários de Virgínia Woolf, os contos de Doris Lessing, a ficção de Margaret Atwood, os romances de Joyce Carol Oates, toda a prosa da Chimamanda Adichie, a poesia completa de Anne Sexton, a poesia completa de Dorianne Laux, O Amante de Marguerite Duras, Siri Hustvedt, Rachel Cusk, Emmanuelle Pagano, Claire Castillon, os contos de Sophia, os contos da Patrícia Reis, a obra da Ana Teresa Pereira e e e... a lista é longa. E é uma lista só com nomes de mulheres, para contrabalançar todas as listas só com nomes de homens que circulam no mundo.
Qual a melhor companhia para um livro? Um café, a praia, o quentinho do sofá?
Um sofá no Inverno. Uma praia no Verão. Gosto de abrir livros no Inverno e ver cair a areia do Verão.
O que a inspirou ao escrever A Mulher-Casa?
Os três anos que vivi em Paris nas águas-furtadas da École Militaire.
Como tem sido a reacção dos leitores ao seu livro?
A Mara já recebeu algumas cartas de amor.
Gostava de ver A Mulher-Casa adaptado ao cinema/televisão?
O livro presta-se a isso. É muito cinematográfico. E a protagonista seria interpretada pela Marion Cotillard.
De todos os seus livros, qual é que lhe deu mais prazer de escrever?
A Mulher-Casa.
Quando escreve vai mostrando a alguém ou só no final pede opinião? E quem é a primeira pessoa a quem mostra o seu trabalho?
Só dou a ler o meu trabalho no fim, nunca durante o processo de escrita. Não gosto sequer de falar de um livro enquanto o estou a escrever. E dou-o sempre à minha mãe. É a minha primeira leitora.
O que diria a alguém que se estiver a iniciar como autor?
É fundamental ler, ler, ler.
Quais são os seus projectos para o futuro?
Acabar o meu próximo livro.
Agradecemos à Tânia Ganho, por se ter disponibilizado para responder a esta entrevista.
Desejamos-lhe as maiores felicidades e sucesso!
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