Sinopse
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Opinião
“O Deus das Pequenas Coisas” é, como a própria sinopse indica, uma saga familiar, povoada de personagens tão diversas quanto únicas. A história é construída em torno dos gémeos Estha e Rahel, e é em grande parte um reflexo da sua percepção infantil do mundo. Estabelece desde o início um paralelismo com a relação dos gémeos depois de adultos, revelando aos poucos os acontecimentos terríveis que os afastaram e alteraram irremediavelmente o rumo da família.
É uma obra que dá gosto explorar, sendo que a imaginação dos gémeos está presente em cada página, a par da sua inocência, que contrasta com a intolerância típica do sistema de castas da sociedade indiana e das diferenças sociais entre patrões e operários, numa altura em que a importância dos sindicatos emergia. É uma viagem que vale a pena fazer a um país muito diferente do nosso, num tempo que o distancia ainda mais da nossa realidade. No entanto, senti por vezes que a lente pueril através da qual se olha para esta sociedade acaba por se tornar excessiva, sobretudo com o avançar da história.
Apesar disso, é uma obra cheia de ternura, onde o amor materno e fraternal e as diferenças e conflitos familiares estão bem patentes. Uma história profundamente bonita, em que a mágoa pelo que outrora foi e os motivos do afastamento são expostos sem pudores. A perda está patente desde o início, com o relato dos gémeos em idade adulta, e a tristeza do desolamento e da solidão é gradualmente explorada sem eufemismos.
Foi uma leitura da qual gostei bastante, vencedora do Booker Prize. É rica em emoções, e um relato tocante de uma realidade muito longínqua da nossa através dos olhos de personagens interessantes e diversas. Em resumo, uma leitura que recomendo!
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