sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Opinião "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carrol

Sinopse

A obra mais famosa de Lewis Carroll narra a história de Alice e da sua viagem a um fantástico mundo povoado por estranhas criaturas quando persegue um Coelho Branco e cai na sua toca. Alice cruza-se então com o Chapeleiro Louco, o gato Cheshire e a terrível Rainha de Copas, personagens ora encantadoras ora cruéis ou simplesmente bizarras como as aventuras de Alice.

O estrondoso êxito e o fascínio intemporal que exerce sobre leitores de todas as idades — dos elogios que a rainha Vitória e Oscar Wilde lhe teceram à mais recente adaptação cinematográfica de Tim Burton — convertem este clássico da literatura infantil numa das obras mais importantes escritas até hoje.

Opinião

Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, é um incontornável clássico da literatura infantil. Publicado a primeira vez em 1865, distinguiu-se por ser uma história para crianças mas despojada de quaisquer moralismos. A história, familiar a todos nós, resume-se às aventuras da pequena Alice que cai na toca de um coelho e depara-se com um lugar estranho, povoado por criaturas surreais. E a narrativa é apenas isto, sem fio condutor, assistimos a um desfile de aberrações protagonizado por uma criança irritante.

Não posso dizer que seja um livro péssimo, mas tendo em conta a sua popularidade e estatuto não estava à espera de tamanha aleatoriedade, decididamente não esperava uma bizarria tão desconexa e isenta de sentido. E se por um lado é de louvar a ousadia em ser um livro que não tenta ensinar nada às crianças, por outro lado chega até a dar maus conselhos.

O final acaba por atenuar o que senti durante a leitura, mas fechei o livro bradando aos céus que Lewis Carroll deveria ter-se comedido no consumo de cogumelos mágicos.

As ilustrações, apesar de rocambolesco-macabras, não me desagradaram e ajudaram a prosseguir a leitura até ao fim. 


Considerei interessante o facto de o escritor ter sido matemático e esta obra ser um contraste, ser algo tão absurdo face a algo tão exacto, mas simultaneamente não deixando de haver referências a alguns fenómenos da realidade quântica – gatos que estão simultaneamente vivos e mortos ou partículas que se alteram sem razão aparente.

Não concordo que seja um livro para todas as idades, como li por aí, por ser um livro que se basta e se autolimita no pouco que é.

Leiam este livro como quem olha para uma pintura de arte abstracta, talvez assim ele faça algum sentido.


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