Sinopse
Com milhões de exemplares vendidos, este livro emocionou e inspirou várias gerações ao longo de décadas, em todo o mundo, e serve de parábola para os tempos modernos. O homem que plantava árvores conta a história de um jovem que, em 1913, sozinho, atravessa os Alpes franceses em busca da natureza e da paz, longe das grandes cidades, acabando por encontrar o abandono humano e a desertificação de uma paisagem desoladora. Há dias sem água, cruza-se com um velho pastor e as suas ovelhas. O pastor dá-lhe água, comida e abrigo, e revela-lhe a sua missão de vida: plantar centenas de árvores por dia a fim de recuperar a floresta.
Opinião
O Homem Que Plantava Árvores é um conto alegórico escrito em 1953 pelo escritor Jean Giono, que, enquanto narrador, nos apresenta o pastor Elzéard Bouffier, um solitário homem que, depois de perder tudo, vive com as suas ovelhas e o seu cão nos Alpes, plantando diariamente cem bolotas, na tentativa de reflorestar o lugar inóspito onde escolheu passar os seus dias.
Com o avançar dos anos o deserto dá lugar a uma floresta, uma floresta erguida, assim, por um único homem, sem pretensões, sem interesses além do desejo de reconstruir. Bouffier, dedicando a sua existência a esse propósito, como se fosse a coisa mais natural do mundo, ignora até o passar das duas grandes guerras, como se fossem um pano de fundo de destruição a contrastar com algo muito mais importante: a capacidade humana de reedificar – “os humanos podem ser tão eficazes como Deus em outras áreas que não a destruição” – entregando ao leitor uma mensagem de Esperança na Humanidade.
O Homem Que Plantava Árvores é um livro que se lê de um só fôlego, mas nem por isso deixa de conter uma poderosa mensagem ecológica e filosófica, equacionando-se o propósito da vida, e os efeitos a longo prazo dos pequenos gestos que decidimos ou não fazer na nossa curta estadia num planeta com um tempo de existência tão maior que o nosso. Muitas vezes mantemo-nos à sombra da inércia porque não acreditamos que o nosso contributo vá fazer a diferença ou pelo menos pensamos que não seremos nós a colher os frutos do nosso trabalho, e esta leitura força-nos a por esta visão em perspectiva, e a questionarmo-nos quanto egoísmo existe em nós e quão grande é o nosso desejo de recompensa imediata e fugaz quando poderíamos ter um papel muito mais activo na sociedade.
Percebo as comparações com o clássico infantil O Principezinho de Saint-Exupéry, no entanto, não lhe dou assim tanto mérito, por ser um livro que sem a mensagem que quer transmitir é uma obra com uma história muito mais básica em argumento e estilo; além disso O Principezinho é um dos meus livros preferidos e isso pode influenciar eu vê-lo como uma obra de arte única e inigualável.
Mais imagens fofas aqui.
Termino agradecendo à Cultura Editora a cedência deste exemplar que enriqueceu a minha biblioteca, e aproveito para fazer um elogio a esta edição de capa dura lindíssima e repleta de ilustrações igualmente fantásticas.
E uma vez que já vamos entrar no último trimestre do ano deixo este livro como uma sugestão para uma prenda no sapatinho!
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