Opinião "Uma Última Noite", Nora Roberts

Sinopse

Kasey Wyatt recebe uma oferta de emprego do escritor Jordan Taylor. Como antropologista especializada na cultura dos nativos norte-americanos, a sua função é pesquisar e fornecer referências para o próximo livro do famoso e solitário Jordan. Instalando-se na mansão do escritor, Kasey sente-se aborrecida com as restrições impostas pela mãe do escritor. Mas, sempre vibrante e bem-disposta, começa a explorar os arredores da mansão, divertindo-se e desafiando as regras rígidas da casa.
É então que Jordan repara em Kasey. A princípio não se aproxima muito dela, mas o trabalho em conjunto obriga-o a reconhecer que se sente fascinado pela sua beleza... e surpreendido pela sua boa disposição contagiante. Tão contagiante que, pela primeira vez desde a morte do irmão, Jordan sente-se vivo. Mas infelizmente nem todos vêem com bons olhos a aproximação de Kasey e Jordan... e há quem esteja disposta a tudo para os separar.

Opinião

*Esta opinião pode conter spoilers.*

Vou tentar não me vou alongar muito nesta opinião uma vez que não gostei de todo desta leitura e, assim, a minha estreia com Nora Roberts foi uma desilusão.

Uma Última Noite conta-nos o romance entre Jordan Taylor, um escritor rico e famoso, e Kasey Wyatt, uma bonita e fascinante antropóloga que aceita a proposta de colaborar num dos seus livros, mudando-se para a sua mansão.

Este romance não conseguiu captar a minha atenção logo desde o seu início abrupto, senti que o clima romântico se instalava mesmo antes das personagens nos serem devidamente apresentadas e construídas. Aliás, elas nem se conheciam efectivamente uma à outra.

Naturalmente algo que eu poderia ter ultrapassado se o resto da narrativa não me tivesse entediado sobremaneira. Inicialmente Kasey tenta impedir que cresçam nela sentimentos pelo Jordan, criando-se um não-problema, não há nada a impedir a relação entre estas duas pessoas livres e desimpedidas, a não ser os argumentos falaciosos que ela usa para se tentar convencer, nomeadamente o facto de ele ser rico, as suas divergências de opiniões, tudo lhe parecer tão efémero e ter de colocar o seu trabalho como prioridade.

Quando Kasey finalmente cede às investidas de Jordan, as páginas seguintes são o relato do acúmulo de tensão sexual e a sua libertação subsequente. Depois Kasey passa a estar preocupada com o fim do contrato e ter de ir embora, mais uma vez não percebo, tendo-se estabelecido uma relação mais do que profissional haveria lugar para equacionarem o seu futuro além do âmbito profissional, não?

A par do envolvimento destas duas persongens, conhecemos Beatrice, a mãe fria e distante de Jordan, e Allison a sua sobrinha órfã e negligenciada no que aos afectos diz respeito. Kasey consegue mostrar a Jordan que uma criança precisa de mais, e juntos conseguem fazer Allison uma criança mais feliz.

Numa palvara diria que este livro é aborrecido e vazio, muitas vezes com capítulos que parecem ter sido interrompidos em vez de acabados, as personagens são ocas e não me conquistaram de todo.

As páginas finais são inacreditáveis, no mau sentido. Quando Kasey se vê forçada a abandonar abruptamente a casa de Jordan, este procura-a com uma raiva desmedida e desproporcional e completamente em desacordo com a personagem criada. Jordan viola Kasey e nas páginas seguintes tudo é amenizado como se não tivessemos lido Kasey a dizer não, como se tivesse sido um pequeno equívoco.

Com tantas obras editadas e tanto sucesso posso ter escolhido um livro mau de Nora Roberts e que não represente a sua qualidade enquanto escritora, tenho cá em casa o Jogo de Mãos ao qual eventualmente irei dar uma oportunidade.

Este livro não me trouxe nada de novo nem me entreteve com uma história envolvente. Acabei por conseguir terminá-lo em momentos mortos em que ler alguma coisa era melhor que não ler nada.