Sinopse
O que fazer quando alguém de quem gostamos nos começa a esquecer?
Esta é a história da amizade entre um avô que lentamente vai perdendo as memórias e o neto inventor que se dedica a descobrir uma cura.
Através da sensibilidade de uma criança, chega-nos a lição mais importante: o amor é mais forte do que o esquecimento.
Opinião
Começo por agradecer à Porto Editora por amavelmente me ter cedido O Avô Tem Uma Borracha na Cabeça.
Leio pouquíssimos livros infantis por ser muito picuinhas neste género literário. Apesar de saírem novos livros a uma velocidade vertiginosa nunca me parecem aproximar-se dos clássicos da minha infância, como O Principezinho ou os Contos dos Irmãos Grimm.
Então por que razão quis ler O Avô Tem Uma Borracha na Cabeça? Porque, infelizmente, alguém muito próximo de mim começou a perder memórias quando ainda parecia ter muito tempo para criar outras novas, tão ou mais felizes que aquelas que ia olvidando. Fiquei assim curiosa como seria representada a perspectiva de uma criança face a uma doença da qual ainda sabemos tão pouco e que dramaticamente nos faz ver morrer todos os dias, lenta e dolorosamente, as pessoas que queríamos que fossem eternas.
A mensagem deste livro é, como consta na sinopse, o amor ser mais forte do que o esquecimento, o que para mim faz muito sentido e sempre foi a máxima que me guiou no processo de acompanhar alguém com demência. As grandes conversas perdem-se, mas as palavras simples e a calma que causamos a abraçar quem amamos permanece, mesmo que quem amamos já não nos reconheça, reconhece sempre o Amor. E este é um livro incrível para que os pais possam explicar às crianças isso mesmo.
Não lhe dou as cinco estrelas porque enquanto livro infantil não sei até que ponto é perceptível para as crianças o tipo de letra escolhido e apesar de eu ter adorado por demais as ilustrações não sei se são apelativas para a faixa etária a que se destinam. Por outro lado, talvez tivesse estendido um pouco mais a narrativa, mas a conclusão é tão bonita que todos estes pequenos defeitos são ultrapassáveis.
"O avô tem uma borracha na cabeça?
Pois nós somos um lápis!"
Leiam, ofereçam, comovam-se.
Não esqueçam.
Que o vosso coração não esqueça.
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