sábado, 27 de março de 2021

1984, George Orwell

Sinopse

Winston Smith é um homem com um ofício peculiar: enquanto funcionário do Ministério da Verdade, corrige documentos. Ou melhor, reescreve a história a fim de legitimar o Partido que governa Londres, peça-chave do superestado da Oceânia. Diluída no nevoeiro, a cidade parece-lhe mais cinzenta agora, por baixo da vigilância permanente das câmaras e do olhar penetrante das imagens do Grande Irmão. Embora todos os seus movimentos sejam monitorizados, Winston inicia um relacionamento secreto com Julia. Mil Novecentos e Oitenta e Quatro é o mundo distópico que Orwell viu aproximar-se no final dos seus dias, tornando-se a sua última obra publicada em vida. Nela imprimiu a sensação incómoda de que vivemos sob a influência de um olho que tudo vê – e de que urge defender a ideia de um mundo politicamente livre, intelectualmente livre. 

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Opinião

Começo por agradecer à Porto Editora por se ter juntado ao meu projecto #12meses12clássicos e gentilmente me ter cedido um exemplar de 1984, de George Orwell, para partilhar convosco a minha opinião.

1984 não foi de todo o que eu estava à espera. Não constituiu uma má leitura, mas sinto que é um livro mal categorizado enquanto romance distópico. Para mim faz muito mais sentido olhar para ele como um ensaio, passando a distopia e as suas personagens para segundo plano, porque enquanto distopia carece de velocidade e enquanto romance, exceptuando o protagonista, todas as demais personagens são de uma densidade parca, o que no seu conjunto torna a leitura aborrecida.

Feito este parêntesis, 1984 tem o seu mérito e merece ser lido pela sua importância política e por tudo aquilo que o tornou num clássico.

Winston Smith, o protagonista, vive numa sociedade em que não há liberdade individual, todos os movimentos e pensamentos são controlados, o passado é reescrito à medida que se torna necessário que ele esteja de acordo com os desígnios do partido, o Grande Irmão é omnipresente e a figura máxima deste regime totalitário e opressor, capaz até de aniquilar as conexões humanas, mesmo aquelas entre pais e filhos. Existe inclusive uma novafala, cada vez com menos palavras, para que as pessoas percam a capacidade de poder sequer ter pensamentos mais elaborados.

1984 mostra-nos um mundo em que o totalitarismo que Orwell conheceu venceu e aprimorou-se, faz-nos lembrar desses regimes do passado e ao mesmo tempo faz-nos pensar no presente em que somos escravos das tecnologias.

1984 é um livro de leitura difícil, é difícil entrarmos na narrativa e depois é difícil aceitarmos as atrocidades de que passamos a ser testemunhas, e é ainda mais difícil por ser um abismo sem qualquer mensagem de esperança.

Não posso deixar de o recomendar, porque é um livro acima de tudo necessário, porque o passado não pode ser esquecido, e valores como a liberdade e a igualdade tem de ser sempre as nossas utopias. 
 

 

6 comentários :

  1. Respostas
    1. É um clássico, vale a pena ser lido, mas não me encheu as medidas :(

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  2. Respostas
    1. Olá Erica :)
      Apesar de ser um bom livro, confesso que fiquei um bocadinho desiludida por me ter sentido aborrecida ao lê-lo! Mas ando a namorar a sua graphic novel!

      Boas leituras!

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  3. Respostas
    1. Talvez daqui a muito muito tempo :D Achei enfadonho em algumas partes eheh

      Boas leituras :)

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